A Cerejeira Negra

26_ Moldando.

Sua resposta ecoou pelo ambiente escuro, deixando-me atônita. Itachi, o infame renegado, estava seguindo seu coração? Era difícil de acreditar, considerando sua reputação e as histórias que circulavam sobre ele. Mas havia uma sinceridade em sua voz que eu não podia ignorar.

— Seguindo seu coração? — repeti, tentando entender melhor suas palavras.

Ele assentiu, seus olhos escuros refletindo a luz das chamas dançantes das tochas.

— Sim, Sakura. Às vezes, mesmo em meio à escuridão e à incerteza, precisamos confiar em nossos instintos e fazer o que sentimos ser certo. — sua voz era suave, carregada de um significado mais profundo do que eu poderia compreender.

Fiquei em silêncio por um momento, absorvendo suas palavras. Talvez houvesse mais em Itachi do que eu imaginava, mais do que apenas o assassino implacável que ele era retratado.

— E você? — ele perguntou, quebrando o silêncio. — Por que está aqui?

Levantei os olhos para encontrar os dele, buscando as respostas que eu mesma não tinha.

“Fiz besteira” foi o que foi o que ecoou em minha mente.

— Eu… estou aqui porque tomei uma decisão impulsiva. Porque me senti perdida e confusa. Porque… — parei, lutando para encontrar as palavras certas.

Itachi inclinou a cabeça, esperando pacientemente por minha resposta.

— Porque pensei que seria capaz de mudar as coisas, de fazer a diferença. Mas agora, olhando ao meu redor neste lugar sombrio, não tenho tanta certeza. — minha voz tremia um pouco, revelando minhas dúvidas e medos.

Ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse ponderando minhas palavras. Então, com um suspiro, ele se aproximou de mim e se sentou ao meu lado.

Congelei.

— Às vezes, as escolhas que fazemos nos levam a lugares inesperados. Nem sempre é fácil ou claro o que devemos fazer. Mas o importante é que você está aqui agora, e precisamos lidar com as circunstâncias da melhor maneira possível. Juntos. — suas palavras eram reconfortantes, e eu me senti um pouco menos sozinha naquele momento sombrio.

Olhei para ele, surpresa pela gentileza em sua expressão. Talvez houvesse mais em comum entre nós do que eu imaginava. Talvez, de alguma forma, pudéssemos encontrar uma maneira de superar nossas diferenças e trabalhar juntos para enfrentar o que quer que estivesse por vir.

Com um aceno de cabeça, concordei silenciosamente com suas palavras. Estávamos juntos nessa jornada agora, por melhor ou pior. E, por mais assustador que fosse, eu estava determinada a enfrentar o desafio ao lado de Itachi.

Enquanto a chama das tochas dançava ao nosso redor, senti uma sensação de resignação se estabelecer dentro de mim. Estávamos em um território desconhecido pra mim, enfrentando um futuro incerto, mas, de alguma forma, a presença de Itachi ao meu lado me dava uma estranha sensação de segurança.

— O que acontece agora? — perguntei, rompendo o silêncio que pairava entre nós.

Itachi suspirou, parecendo refletir sobre a pergunta por um momento antes de responder.

— Agora, começamos o treinamento. — Sua voz era calma, mas carregava uma determinação palpável.

Eu assenti, absorvendo suas palavras. Treinamento. Era algo que eu estava acostumada, mas dessa vez era diferente. Não era apenas uma questão de aprimorar minhas habilidades como ninja; era sobre me preparar para enfrentar inimigos desconhecidos, sobre sobreviver em um mundo cheio de perigos.