24_ Nova Jornada.

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Naruto logo entra no meu campo de visão, bloqueando a silhueta dá pessoa que se encontrava mais distante. Em um ato impulsivo o empurrei para o lado e quando olhei novamente não havia ninguém lá, olhei em volta e forcei mais um pouco a visão, mas não obtive sucesso.

Ele havia ido embora.

— Você tá bem? — o loiro pergunta novamente em minha frente um pouco confuso.

De repente me dei conta de que ele tava próximo demais e que eu estava levantando meu rosto para poder encará-lo.

Próximo demais, próximo demais.

O barulho do vento forte foi substituído por batimentos cardíacos descompassados.

Sacudi a cabeça e engoli em seco olhando para o lado.

Naruto percebeu meu desconforto e se afastou rapidamente com a mão na nuca, seu gesto comum quando fica tímido.

— Tô bem, só pensei em ter visto alguém ali, mas eram só um amontoado de lixo.— expliquei e logo voltamos a caminhar um pouco mais rápido graças ao pingos de chuva que começaram a se intensificar.

— Sakura, você não parece nada bem. — ele diz sem me encarar.

— Acha que eu deveria? — perguntei.

— Você merece, não? — ele devolveu com uma pergunta que não consegui responder.

Diante do meu silêncio ele sorriu com o vento forte que nos abraçou, não estávamos longe da minha casa e logo a forte chuva nos pegou. Começamos a correr, mas minha roupa já estava encharcada e Naruto não estava diferente de mim.

Frio intenso, eu só queria a minha cama comigo e cinco cobertores.

Quando chegamos, abri minha porta e logo invadi o local escuro e silencioso que era a minha sala. Os tapetes logo encheram de água, mas percebi que Naruto ainda estava na porta todo molhado.

— Entra logo! — disse sorrindo.

Ele hesitou por uns segundos, mas logo entrou.

— É estranho estar aqui, mais estranho ainda a essa hora da noite e sem seus pais. — ele disse desconfortável.

E eu entendia.

— Já vou indo, tome um chá quente antes de dormir pra não pegar um resfriado. — ele disse e se virou.

Não entendi sua decisão de ir embora na chuva, ele só precisava esperar a chuva passar, mesmo estando tão tarde. E também não tem problema dele dormir aqui.

— Espera! — disse em um ato impulsivo, ele parou rapidamente se virando em minha direção.

Seu cabelo molhado respingava em sua camisa molhada.

— Qual o problema em ficar e esperar a chuva passar? — disse abraçando meu corpo por conta do frio.

— Eu prefiro ir, olha… — ele apontou pra sua roupa. — já estou todo molhado mesmo.

Sorri, era verdade, mas estava fazendo muito frio.

— Estou perguntando qual o problema em ficar? Você pode dormir aqui. — disse dando de ombros.

Ele não conseguiu esconder sua reação surpresa, tão transparente.

— Melhor não! — ele disse.

Aquilo já estava me cansando.

— Qual o seu problema? Eu sou sua amiga e não quero te ver doente por aí, você pode dormir na sala. — falei em um tom mais alto.

A Cerejeira NegraWhere stories live. Discover now