Capítulo 18

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— Dá para você calar a sua boca? Estou tentando ouvir.

— E quem é que vai conseguir ouvir com esse triturador de máquina que são seus dentes mastigando esse biscoito?

— Cala a boca, Beatriz!

— Hipócrita.

— Calem a boca vocês duas! Inferno!

As duas se calaram com a fala de Yasmin, dando olhares sutis uma para a outra. Estavam as duas no alto da escada da casa dos Dias, ouvindo a conversa entre Fernanda e Alane. A senhora Yasmin havia ligado para o celular de Alane, que estava com Vanessa, para tentar ouvir também e saber como podia ajudar. Ela ainda achava que aquilo era maluquice, mas não quis justificar a pergunta de Beatriz sobre o porquê de ter decidido participar, já que elas não insistiram muito nem a forçaram.

— O que Fernanda está fazendo?

— Não dá para ver, estamos no alto da escada.

— Então desçam!

— A senhora quer que a gente reprove, é? Prefiro o colégio militar do que enfrentar aquela mal amada agora.

— Olhe a sua boca, senhorita Reis!

— Perdão, mas se a senhora não teve a coragem de vir aqui, eu é que não vou ter coragem de ir lá.

— Eu tenho coisas melhores para fazer do que espionar minha amiga e a senhorita Dias. Me liguem depois para contar o que aconteceu.

— Para quem tem coisas melhores para fazer, a senhora está bem interessada né.

— Bia! — Vanessa ralhou, tomando o celular da mão dela. — Peço desculpas, senhorita Yasmin. Irei desligar. — Yasmin ficou em silêncio por um tempo antes de responder.

— Até depois, Vanessa.

A brasiliense desligou o telefone e continuou olhando para ele por um tempo antes de colocar de lado e voltar a focar no andar debaixo. Quando se sentiu vigiada, olhou para o lado e vou Beatriz a encarando de maneira quase acusatória.

— O que foi?! — Vanessa exclamou na defensiva.

— Você está começando a fazer curso com Alane sobre se interessar por figuras de autoridade psicologicamente instáveis é?

Vanessa a encarou horrorizada, olhando nervosamente para baixo e lhe dando um tapa no braço em seguida. Viram as costas de Fernanda se mover, mas Alane a fez virar novamente com uma pergunta distraída sobre física.

— De onde infernos você tirou isso!? Ficou maluca!?

— Não sei. — a menina disse despreocupada, abraçando os joelhos. — O que foi essa encarada para o telefone? O comportamento de vocês duas quando fomos até a secretaria falar com ela? Alane pode não ter notado, mas eu não sou tão burra quanto acham.

Vanessa ficou sem graça e baixou um pouco a guarda, se aproximando da menina.

— Ninguém disse que você era, Bia. Perdão se passamos essa impressão.

— Nah, está tudo bem. É bom que pensem assim, me dá mais liberdade para observar e julgar todos.

— Vai me julgar? — Vanessa perguntou surpresa. A menina negou.

— Não vocês, julgo o restante do colégio. Sou hipócrita. São minhas amigas, Vanessa. Se eu for julgar vocês, falarei pessoalmente para o bem de vocês. Por trás eu falo do restante.

Vanessa abafou uma risada, fazendo Beatriz dar um sorriso.

— Não vai responder minha pergunta?

— É infundada. — Vanessa falou simplesmente — Não observou direito.

teacher's pet • alane﹠fernandaWhere stories live. Discover now