CAPÍTULO 02

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Dentro do elevador, os números dos andares subiam lentamente acima da porta enquanto duas mulheres, certamente amigas, não paravam de falar mal sobre seus ex-maridos

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Dentro do elevador, os números dos andares subiam lentamente acima da porta enquanto duas mulheres, certamente amigas, não paravam de falar mal sobre seus ex-maridos.

Ao meu lado, Angel permanecia em silêncio. Eu não conseguia evitar roubar olhares furtivos para ele, suas curvas e coxas me faziam reviver mentalmente o Lap Dance de minutos atrás.

Ele irradiava delicadeza e provocação ao mesmo tempo. Sua beleza estava à altura do nome, e a escolha das roupas de couro, do chicote, da lingerie feminina dava a entender que o loirinho já tinha experimentado coisas além do convencional. Me dando a ousadia para finalmente abordar o que vinha martelando minha mente.

— Desde que vi você naquele palco, não consigo parar de pensar em uma coisa. - comecei o assunto, fixando meu olhar à frente, consciente de que as mulheres ao lado podiam estar ouvindo.

— O quê? - ele ergueu os olhos do chão, visivelmente curioso, ajustando a máscara que usava com um semblante preocupado.  — O que foi que você pensou?

— Finalmente! É agora que pego aquele canalha - o tom ameaçador das mulheres anunciou a chegada no andar delas.

Observando ambas se retirarem do elevador nos deixando a sós. Eu apertei o botão para o nosso andar e, suavemente, fiz Angel caminhar para trás, sentindo-me mais atraído até prendê-lo contra a parede.

— Imagine uma espécie de jogo entre duas pessoas - prossegui, escolhendo cada palavra com cautela. — Onde um manda e o outro obedece sem hesitar.

— Está falando de algum tipo de desafio? - ele perguntou, erguendo os olhos para mim. — Verdade ou desafio?

— Estou falando de BDSM - respondi olhando profundamente para ele, mantendo a serenidade. — Isso te assusta? Você sabe do que se trata?

Angel engoliu em seco, surpreso com a informação direta. Um tanto corado, ele assentiu com a cabeça, confirmando que sim.

— Você quer praticar comigo? É isso- ele perguntou, mantendo aquele rostinho próximo ao meu.

— Você não faz ideia - respondi transmitindo o desejo que ele me despertava. — Mas, mesmo sendo uma sessão avulsa, nós vamos definir a negociação com bastante clareza, não se preocupe.

SSC, o alicerce do BDSM. São, Seguro e Consensual. Um tipo de mantra que indica que nenhuma prática ou relação deve acontecer sem considerar a saúde, a segurança e o consentimento dos envolvidos.

— Por que está me olhando assim? - passei a mão pelas mechas loiras dele. — Se você não quiser, você têm todo direito de recusar.

— É que os clientes geralmente não perdem permissão. Estão pagando, então...

— Seus clientes deveriam estar mortos - afirmei seriamente — Sem o consentimento de ambas as partes não é BDSM, é abuso. - explique vendo ele refletir — E não espere isso de mim.

A porta do elevador abriu. E saímos para o nosso andar, caminhando lado a lado pelo corredor.

— É o meu trabalho, eu ganho para isso - Angel disse, seguindo-me enquanto procurávamos a suíte.

— Não, o seu trabalho é fazer sexo - respondi, encontrando a suíte e inclinando meu braço para abrir a fechadura. — E BDSM não é só isso. A sua permissão é obrigatória, porque não é apenas o seu corpo que será usado, mas os seus limites.

— Eu sei, mas eu preciso de dinheiro, e eu já percebi que nesse lugar muitas coisas erradas acontecem. - a voz de Angel soou crítica, fazendo-me virar para encará-lo, sem compreender totalmente suas palavras.

Ele estava insinuando alguma coisa?

Jungkook ainda me deixava com o pé atrás

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Jungkook ainda me deixava com o pé atrás. Era difícil esquecer o que ele fez, mas surpreendentemente, nesse momento ele estava se comportando como deveria.

Sua preocupação genuína em me fazer entender a gravidade da situação me deixou intrigado. Como alguém tão cruel como Jungkook poderia estar agindo tão diferente comigo?

— Você é seletivo com seus clientes por causa disso? — ele perguntou, cauteloso.

Balancei a cabeça concordando. Talvez Jungkook não fosse um monstro; talvez o homem que ele matou horas atrás merecesse seu destino. Talvez o homem na minha frente tivesse feito justiça.

— Esses filhos da puta ainda vêm aqui? — ele indagou, visivelmente perturbado. — Preciso saber quem são.

— Você é o que? - perguntei, me aproximando e envolvendo meus braços em seu pescoço — Policial? - puxei ele para baixo, lhe dando um rápido selinho.

Estava começando a considerar confiar nele, mesmo sabendo de suas atividades criminosas. Contudo, algo ainda me incomodava, e não era isso; parecia que eu estava indo por um caminho errado ao me relacionar com Jungkook.

Enquanto ele me olhava, com àqueles olhos escuros, uma nova imagem dele começava a se formar em minha mente e eu esquecia tudo. Talvez, lá no fundo, eu desejasse transar com ele.

Qual é? eu não era cego. Qualquer um faria o impossível para está no meu lugar. Jeon Jungkook era um Deus, daqueles que você não consegue parar de olhar. Ele despertava em mim uma montanha-russa de emoções: mais velho, atraente, protetor... Pode ser que eu estivesse pronto para deixar ele assumir as rédeas.

Afinal, precisava desesperadamente do dinheiro para quitar as dívidas enormes deixadas pelo meu pai, um viciado em jogos de azar. Sem contar que ele me permitiu escolher a quantia que eu quisesse. Estava prestes a ficar finalmente livre da império, livre da Rúbia!

— Esquece isso, eu quero jogar com você - declarei segurando seu queixo —  Encare como um presente de casamento. - sussurrei próximo ao ouvido dele.

Seus olhos confusos se perguntaram como eu sabia sobre isso, mas ele não investigou. Em vez disso, iniciou um beijo envolvente, conduzindo-me para dentro da suíte.

O MESTRE MANDOU Where stories live. Discover now