Olhei através da janela mesmo sabendo que a paisagem não tinha mudado nesses cinco minutos de intervalo, mas a inquietação não me permitia ficar quieto, não era algo tão ruim era apenas ansiedade e saudade nada mais, porém era como se a minha vida fosse ser resolvida nos próximos trinta segundos.
Verifiquei novamente meu celular, também não havia nada de novo apenas a última mensagem "espere por mim" eu nunca havia me sentido tão inquieto e a beira da loucura. Quer dizer eu sou uma pessoa inquieto por natureza, não consigo ficar imóvel, preciso estar em constante movimento, mas agora era diferente de quando eu havia acabado de aterrisar em um aeroporto europeu, naquele dia eu estava excitado, havia tantas coisas para descobrir e lugares para ir, apesar do pequeno lamaçal de tristeza em meu coração quando Max falou que não poderia viajar comigo e com minha família por conta do visto atrasado.
Agora era outra coisa parecia que todo o peso da saudade do meu parceiro tinha sido jogado contra os meus ombros sem aviso prévio, a solidão daquele quarto de hotel sem personalidade ou familiaridade ampliava os meus sentimentos.
Eu não estava acostumado com isso, ficar longe de Max por tanto tempo tinha sido um teste para mim. É estranho perceber que quando você convive com alguém quase todos os dias é como se essa pessoa fizesse parte de você, e eu estava sentindo falta da minha outra metade, era como uma coceira que não conseguia coçar. Eu o via em todos as esquinas, cafés e bares, Max exigia oitenta por cento dos meus pensamentos. A viajem tinha sido incrível, mas o meu lar, um cara alto gentil e protetor tinha ficado para trás.
Me joguei na cama bufando, ao mesmo tempo em quê o celular recebeu uma notificação, antes de verificar corri para a janela. Eu sabia que ele estava esperando através dela.
Lá estava ele, do outro lado do vidro muito pequeno para o meu gosto, eu só sabia que era ele porque o conhecia como ninguém, mas aos olhos de estranhos poderia ser qualquer um.
Não fiquei surpreso quando sentir o meu coração enlouquecer no peito. Ele estava tão pequeno e distante não conseguir ver as suas feições, inquieto coloquei a mão no vidro frio tentando alcançá-lo com as pontas dos dedos. Max deu dois passos a frente, meu coração se enterneceu quando vi suas mãos se agitando animadamente ele estava dando um efusivo tchau com as duas mãos levantadas, eu abrir um sorriso mas tive vontade de chorar, porquê ele estava tão perto e tão distante ao mesmo tempo, eu queria senti-lo. O seu abraço as batidas em seu coração sua voz gentil, eu precisava dele, como o viciado que eu era.
Meu celular vibrou novamente eu abri o Line entrando em nossa conversa.
"Você está muito distante"
Meu coração deu um galope novamente, com minhas mãos trêmulas digitei uma resposta.
"Eu sei como é também queria estar perto"
Segundos depois outra mensagem chegou.
"Só mais alguns dias e eu poderei ter você em meus braço"
Eu sorri para o telefone, eu o amava como o meu namorado era tão incrivelmente gentil e fofo.
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O meu relacionamento com Max sempre foi difícil, no começo no meio e agora, trabalhar juntos não tornou nada mais fácil, existia muitos conflitos de interesse era complicado brigar no trabalho e não levar para casa e vice-versa.
A primeira vez que eu falei sobre meus sentimentos, Max simplesmente surtou, e derepente surgiu muito mais problemas e questões do que podíamos imaginar, a diferença de idade não parecia algo simples de se resolver com o discurso de (são apenas números) era tudo muito grande, e estava lá para onde íamos, todo mundo nos fazia lembrar que pertenciamos de gerações diferentes, que era muito grande para podermos ignorar, e o fato de sermos figuras públicas também era um problema, quase nunca os dois poderiam sair em encontros românticos, porque estava fora de questão nos assumirmos publicamente, não íamos querer passar pelo crivo da opinião pública, que concerteza seria esmagadora contra nós, um casal gay com uma grande diferença de idade, não obrigado íamos nós manter em segredo, o passado tinha sido doloroso o suficiente e ainda machucava.
