Já fazia 4 meses.
Você sabe, Nat não estava exatamente contando... ele só tinha uma boa percepção temporal.
Quando os seguranças do seu pai o acharam naquele galpão só, e serenamente sentando no sofá, como se nada estivesse acontecido, eles simplesmente ficaram boquiabertos esperado qualquer coisa menos o que viram.
Durante a inquisição Nat para salvar Max disse que os bandidos apenas o deixaram lá, sem motivo algum aparente. Mesmo assim o seu pai lhe pediu para fazer a descrição dos sequestradores para a polícia os encontrarem.
Nat simplesmente inventou algo sobre amnésia pós traumática. Porque convenhamos de fato tinha sido traumatizante ser prensado contra um sofá pelo corpo de um deus grego enquanto era fodido sem piedade. Ele não conseguia tirar isso da cabeça. Mais traumatizante impossível.
Enfim o fato é que fazia três meses que Nat não via Max, parecia até que o cara nunca existiu e aquela noite tinha sido apenas um devaneio criado pela imaginação profana de Nat.
Nat queria procurá-lo, claro, mas agora ele andava para cima e para baixa com 2 seguranças a tiracolo, ele não podia da dois passos sem ser seguido. Seu pai disse algo sobre" situações extremas pedem medidas extremas" enfim, extremo era a estranha e intensa saudade que Nat sentia do fora da lei. Nat queria apenas poder viver a sua vida dentro dos seus termos. Mas o seu pai nem deu a ele o poder de escolha, não que o garoto esperasse de qualquer forma. O Sr.Assat nunca foi flexível com ele. Nat servia para o bem maior, herdar o patrimônio da família. O que Nat queria para o futuro ( qualquer coisa relacionado a artes) não era importante. O herdeiro servia apenas para herdar.
...
-Não irei lhe encorajar, ele é um bandido Nat.
Nunew sussurou perplexo com a tamanha ousadia do seu amigo. Ele e Nat estavam na piscina da sua casa cochichando enquanto tentavam ganhar algum brozeado sem queimar a pele. Nat havia lhe pedido ajuda para encontrar Max. Nunew ficou atônito quando Nat lhe falou sobre o sexo quente que fez com o seu sequestrador. Nunew poderia até imaginar que o seu amigo estava sofrendo com a Síndrome De Estocolmo. Mas ele sabia que Nat era excêntrico por si só, ele gostava de coisas controversas, o pequeno vivia cada momento como se fosse o último, talvez a mãe de Nat tenha a sua parcela de culpa nisto ela o abandonou quando ele era apenas uma criança e plantou na cabeça do garoto a ideia de se divertir sem refreamento e Nat levava isso como estilo de vida. Nunew discordava de tudo.
Mas Nunew era o único em quem Nat confiava apesar da sua boa conduta de bom moço incorruptível, e isso tornava tudo mil vezes pior Nat tinha zero esperanças que Nunew pudesse lhe ajudar, mas ele precisava tentar, porque ele estava sem opções.
-Eu não tenho mais ninguém a quem recorrer, estou sem saída. Olha para eles não tiram os olhos de mim como se eu fosse um animal no zoológico, malditos zeladores.
Nunew olhou para os segurança a 5 metros deles. Ele nunca souberá os tons das vozes deles, Nunew nunca os ouvirá falar. Eles também não se mexiam a menos que Nat andasse, parecia até que não era humanos. Nunew tremeu balançando os ombros, Nat apenas lançou um olhar raivoso e questionador para os grandalhões usando óculos e terno. Terno. Quem em sã consciência usaria terno naquele clima infernal?!
-Isso é simplesmente ridículo - Nat bufou deixando-se cair no encosta da espreguiçadeira.- Meu pai não pode me obrigar a uma vida de desventura e frustração, é injusto eu não quero ser ele.
-Ele está apenas preocupado com o seu futuro - Nunew deu tapinhas na perna de Nat tentando consolá-lo.
Ele não entendia qual era o problema em ser o príncipe dos carros de luxo, fala sério Nat era apenas um garoto rico entediado e mimado que não se dava conta que o dinheiro do pai lhe proporcionava todas as aventuras as quais ele tanto apreciava, na verdade ele achava Nat ingrato, muitas pessoas mataria para estar na posição social de Nat mas o pequeno Uareksit mataria para não estar.
