Capítulo 36

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(Alerta de Mutilação e Agressão)
POV TALITA

Aconteceu alguma coisa, sei porque a cara de filho da puta do meu primo está dez vezes pior essa manhã.
E também sei que tem haver com a garota porque ele só demonstra emoção por uma única pessoa.
Vi ele saindo do quarto de manhã e desde então não trocou uma palavra comigo, ele dirigiu em silêncio durante todo o processo.
Estamos em território Viola, e viemos falar com Peterson.
Falar não é exatamente a palavra.

Em uma de minhas muitas investigações, descobri o que Eli já desconfiava: Peterson tinha sim envolvimento no que aconteceu na festa de meu tio.
Pigarreio desconfortavelmente quando Eli para o carro na porta do hotel mais chique do território Viola, ele fica em silêncio e também não sai do carro.

– O que ela fez? – Finalmente pergunto, já que ele pretende ficar em silêncio pelo resto do dia e não to afim de separar mais uma briga quando chegarmos.
Da última vez que vi os dois juntos, a garota estava montada nele, não sei qual foi o acontecimento drástico que fez os dois perderem toda a tensão sexual.

– Não se mete, porra.

– Calma aí, cara. – Ergo as mãos em redenção, mas minha voz sai completamente irritada. – Só estou perguntando se ela fez alguma coisa ou só se recusou a te chupar e você ficou puto, quero saber o que aconteceu antes que seu temperamento estrague nossa missão com Peterson.

– Por que não vai se foder e me deixa em paz? – Resmunga antes de sair do carro, saio junto e o só o alcanço no saguão do hotel.
Os funcionários foram avisados da nossa presença, são Violas também, mas deixei bem claro que não tínhamos nada contra eles se não nos atacassem.
Aceno com a cabeça para um dos meus contatos, o recepcionista.

– Porra, não vem ser cuzão comigo que eu corto seu pau fora, babaca. – Resmungo de volta, tentando chamar o mínimo de atenção.

– Não estou no clima para o seu humor hoje, Talita. – Pronuncia a palavra como um xingamento, reviro os olhos.

– Tanto faz. Só não deixa isso interferir no seu trabalho. – Imponho com seriedade.

– Tenho total controle sobre minhas ações, inclusive, se bem me lembro, não fui eu quem desviou milhões de dólares só porque estava apaixonada por uma chatinha.

Engulo a vontade de socar meu primo, tenho que me controlar várias vezes por dia.

– Babaca. – Murmuro enquanto entro no elevador chique, ele entra logo depois e aperta o último andar.

Após longos segundos silenciosos a porta do elevador se abre no último andar do prédio, assumo a postura mais séria que tenho, que geralmente é reservada só para assuntos como esse.
Meu primo sempre foi o mais agressivo de nós, sempre foi aquele tipo controlado que mete a porrada em todo mundo sem nem tremer a sobrancelha, mas de alguma forma, espero que depois de Chary, ele seja um pouco mais gentil, não estou afim de o ver em ação hoje.
Foi o pai dele quem comentou que Elijah deveria começar a lutar para direcionar a raiva para um lugar certo, já que, segundo meu tio, um líder deve ser neutro em tudo.
Besteira, o pai dele é um filho da puta que manda todo mundo fazer seu trabalho sujo, e a diferença entre os dois é que Elijah não tem um cão de estimação para fazer seu trabalho, ele mesmo suja as próprias mãos, e meio que gosta disso.

Eli dá um murro na porta chique do apartamento, que é aberta em alguns segundos por um velho descabelado e de roupão, com cara de sono e ressaca.
Peterson.
Um dos integrantes mais ativos dos Viola. 
A máscara do homem cai e podemos ver o real desespero em sua expressão, ele sabe que está fodido, porque os Rosso não aparecem em território Viola sem motivo, nós só aparecemos para prestações de contas, e Peterson se meteu na pior merda que poderia: ele está devendo para Elijah.

Elijah, o Verdetto feito de fogo.
Elijah, o filho da puta psicopata.
Elijah, a fúria encarnada.

Já ouvi ele ser chamado de todos esses nomes.

– O que fazem aqui? – A voz de Peterson falha.
O sorrisinho tranquilo que Elijah dá é completamente aterrorizante. Ele entra nesse modo passivo-agressivo e eu fico assustada toda vez, mesmo o conhecendo há anos.

– Sabe o que você fez com minha mulher? – Elijah diz, tranquilo. Peterson arregala os olhos e levanta as mãos como se tentasse acalmar Elijah, um grande erro.
Elijah se enfia no apartamento ao dar um empurrão no homem, passo logo atrás e fecho a porta.
Eli coloca as mãos nos bolsos, eu apoio meu peso na porta, impedindo o Viola de fugir.
Elijah vai agir.

– E-eu não fiz nada, cara. – Murmura em desespero, meu primo provoca essa reação nas pessoas.

– Vou refrescar sua memória: você tentou me distrair enquanto a porra do seu amigo atacava a minha mulher.

Vejo a expressão do velho mudar completamente, como quando o verdadeiro vilão é revelado em um filme, Peterson ergue o queixo pontudo para Elijah.

– Sua mulher criou toda essa confusão. – Ouço-o dizer, Elijah ri completamente sem humor, e é assustador.

– Você sabia que me atingiria mais se fizesse mal à ela, por isso mandou aquele maldito atrás dela, não é? – Meu primo diz cada palavra como um teste de controle, ele abre e fecha as mãos em punhos, um gesto que sei que só faz quando está prestes a espancar alguém.

– Aquela garota está mais fodida do que você pensa e do que ela conta, Verdetto. – Franzo o cenho para o homem em minha frente, depois estudo a reação de Elijah, nenhuma obviamente.

– Charlotte é uma mentirosa, nós dois sabemos disso – Peterson continua, Elijah abre e fecha as mãos com força. – E Alexei também sabe.

– Do que está falando? – Finalmente me intrometo, o homem me olha antes de soltar uma risada sarcástica.
Ele volta o olhar para Elijah.

– Alexei sabe que a relação de vocês é uma mentira. – A sala fica em silêncio completo quando Peterson revela. Engulo o seco e encaro meu primo. – Todos nós sabemos que é impossível aquela garota se apaixonar por você.

Depois disso, não vejo mais nada com muita nitidez. Elijah avança no homem e com um soco consegue derrubá-lo, mas um soco nunca é suficiente para Elijah.
Meu primo chuta as costelas dele com tanta força que consigo ouvir os ossos rachando, depois chuta mais uma vez.
Quando Elijah está assim, não posso fazer nada além de assistir, meu primo não vê mais nada quando está com essa fúria no olhar, ninguém consegue impedi-lo ou pará-lo até que ele acabe o que tem que fazer.
Já o vi estourar a cabeça de amigos que tentaram impedi-lo de cumprir seu objetivo, e é por isso, que fico quieta, apenas observando Elijah tirar a vida de uma pessoa.

– Onde está minha adaga? – Eli pede para mim, retiro a adaga do meu bolso em dois segundos e entrego, ele nem me olha antes de ajoelhar ao lado do corpo inconsciente de Peterson. – Quero deixar um presente para quando ele acordar.

Elijah levanta o roupão que cobre o homem e analisa o melhor lugar do corpo para deixar suas iniciais.
R.V.
Roccio Vulcanica.
Rocha vulcânica.

– Não acho que ele vá acordar. – Resmungo com desgosto, Elijah ri.

– Ele vai. E vai saber que eu o deixei viver para passar meu recado a Alexei.

– Que recado?

– Ninguém mexe com ela.

...

Notas da autora:
Primeiro POV da Talitaaa, o que acharam?
Coloquei pra vcs terem noção do QUANTO Elijah Verdetto é assustador pro resto das pessoas, ele é completamente doido e sociopata e só a Chary não vê isso, podemos ver que até a própria prima tem um pouco de medo dele.
Antes que falem que ele é agressivo, sim KKKK ele é, mas ele mesmo disse que foi pq mexeram com a garota dele.
Bjinhoooos.

Intocável - Dark Romance Where stories live. Discover now