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"O monstro sempre esteve lá, escondido na sombra que eu mesmo fazia."

- Pedro Miranda








Hazel se lembra da primeira vez que foi longe demais, dos olhares de desaprovação. De sentir tudo ruindo e queimando.

Hoje, ela sabia controlar seu caos. Ela desceu daquela árvore com precisão e identificou o pequeno grupo sorrateiro tentando invadir a mansão. Guardas, guardas reais.

Ela atingiu dois pelas costas, facas cortando o vento. O terceiro a viu, mas não teve chance de reação. Pediu ajuda se afogando no próprio sangue manchando a neve de vermelho.

Hazel atravessou silenciosamente pelas sombras, procurando por mais. Os cavalos estavam na estrada, longe da mansão.

O último estava na porta, sem o elemento surpresa ele conseguiu desviar da faca, isso até Hazel atravessar e cravar o aço em seu peito.

Então ela correu para dentro, após a frieza do combate seu coração martelava como nunca. Em desespero ela invadiu o quarto de Nestha primeiro, a arrastando até o de Elain.

- As rainhas nos traíram, vocês precisam me ouvir, se troquem, usem as roupas de montaria. - Elain congelou então Hazel se virou para Nestha, que a observava como um soldado. - Usem armas de prata e freixo, rápido. Rápido!

Ela observou as duas correndo de volta para os quartos. Hazel tomou nota de cada freixo que havia escondido, ela mesma plantou algumas mudas no jardim.

Hazel se armou, a cabeça a milhão, mas suspirou aliviada ao ver as duas prontas considerando as melhores opções.

Então ela levou as duas para fora e segurando firme suas mãos as atravessaram para o começo da estrada, a quilômetros junto com os cavalos reais. Hazel abraçou as duas, já sentindo o cansaço das travessias.

- Eles são mansos, Melissa está ao norte. Vocês precisam chegar até a torre antes que o sol nasça, ela vai esperar.

- O que? Hazel não, você vem com a gente!

Ela ignorou Elain e assustou os outros dois cavalos para direção oposta.
- Não posso, esse foi o grupo humano. Mais chegarão até a mansão, eu preciso ganhar tempo a vocês duas. Prometo que encontro vocês.

- Nos atravesse, sei que consegue. - Hazel encarou os olhos de Nestha e sorriu amarga.

- Magia é rastreável, vocês precisam chegar a torre sem ela. Melissa saberá o que fazer com vocês.

- Hazel...

- Eu vou encontrar vocês! Agora precisam ir, agora.

Elas se entre olharam com pesar. Hazel ajudou que subissem nos cavalos e retornou a mansão. Os guardas cheiravam a veneno, isso fez mais sentido conforme ela arrastou os corpos para o jardim, a casa não poderia parecer uma grande armadilha de qualquer forma.

- Elain que me perdoe...

Ela fez o melhor que pode para os esconder, buscou o barril de vodca de seu tio e espalhou pela casa, portas, janelas de ferro, escadas e tudo.

E então esperou. Se conhecesse bem seus antigos colegas de trabalho, a casa já estava condenada. Então que incendeie com alguns deles dentro.

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Ela não os ouviu atravessando, mas sentiu o cheiro. As sombras circulando as janelas. Ela estava lá dentro, no corredor do segundo andar esperando pacientemente.

𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗔𝗿𝗰𝗵𝗲𝗿𝗼𝗻 Where stories live. Discover now