𝟬𝟮

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"Aconteça o que acontecer, os dias ruins passam, assim como todos os outros"
- William Shakespeare


- Pela mãe o que você está fazendo aqui?

Ela não conseguia articular todo o ódio sentia, parecia que os tremores na mansão estavam em seu sangue.

- O que foi que aquele desgraçado fez com você? - sua voz era um sussuro quebrado que fez Feyre recuar sentindo todo o peso do que havia se tornado.

- Eu vou matar ele. Juro que esperava só te tirar daqui já que esse casamento foi a pior ideia que ouvi.... Mas agora eu vou matar ele.

Feyre estava chocada. Ela não conseguia dizer que estava tudo bem, a encarava agora com o olhar também vidrado, lágrimas de desespero em seus olhos começaram a cair.

- Hazel, hazel não. Vamos embora...

Tudo que ela fez foi retirar uma seringa de um dos bolsos de sua roupa especial. Feyre precisou assistir sua irmã aplicar adrenalina em si mesma.

- O que está fazendo? Porra Hazel me responde.

- Me preparando para seu noivo. Agora já não consigo mais atravessar com nós duas, vamos precisar passar por ele de qualquer forma.

Feyre entrou em pânico quando as barreiras quebraram, o som foi horroroso, como se placas de ferro rachasse. Ela ficou na frente da irmã, mas Tamlin já havia chegado ao jardim.

- Saia de perto dela Feyre.

- Ela é minha irmã, já chega. - sua voz estava estridente, desesperada. - Vocês precisam parar com isso!

- Então faça ela sair das minhas terras, já lhe avisei que se pisasse aqui novamente não iria sair viva.

Hazel ficou ao lado de Feyre, saindo de suas costas. Sua pupila dilatada.
- Você quer ir embora irmã? - soltou uma pequena risada cínica quando ela não respondeu. - Nós vamos juntas.

Tamlin se aproximou lentamente rugindo, Hazel ficou entre os dois suas mãos tremendo. Não deixaria aquele monstro machucar ela.

- Saia de perto dela Feyre.

E então tudo pareceu se desenrolar lentamente, quando Tamlin ergueu suas mãos Hazel avançou sobre ele, os jogando para longe de Feyre e caindo sobre o jardim.

As garras dele voaram, mas ela havia rolado para o lado e cravado uma estaca de freixo em seu ombro esquerdo. Seu urro de dor se misturou aos gritos de Feyre.

- Já chega! Já chega! Já chega!

Os serviçais da casa apenas assistiam já que todos os guardas que se tentavam se recuperar do freixo não entrariam nessa luta nem por suas vidas. Ambos estavam fora de si. Hazel começou a gritar, raiva e adrenalina misturadas. Queria poder gritar até que ele morresse.

- Você é um maldito, um sequestrador! Psicótico! Como pôde prender ela aqui? Não era sua noiva?

Hazel o chutou e cuspiu sangue, seu corpo não estava suportando esse ritmo. Mesmo assim o grão senhor levantou e dessa vez ela não tinha energia pra atravessar.

- Isso não é da sua conta! - Tamlin bradou de volta. - Vadia imunda...saia das minhas terras.

Desviou, desviou e desviou. Cada vez mais lenta, estava impossível de o machucar novamente, porém a cada avanço o ferimento em seu ombro abria mais e mais.

Ambos estavam cansados, Hazel estava contra a parede segurando suas afiadas estacas de freixo, Tamlin só queria acabar com o problema independente da ameaça.

𝗛𝗮𝘇𝗲𝗹 𝗔𝗿𝗰𝗵𝗲𝗿𝗼𝗻 Where stories live. Discover now