Capítulo 1

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Pratos eram quebrados, copos eram arremessados na parede e as vozes dos adultos assustavam o garoto de doze anos que não sabia o que havia feito. Suas irmãs estavam bravas com ele, sua mãe e seu pai estavam e ele ainda não podia entender porque um papel de teste de gênero que havia trazido da escola poderia fazê-lo ficar de castigo.

- É vergonhoso! O que eu vou dizer quando me perguntarem o que ele é? - Gulf ouvia a voz de seu pai gritar em cima de sua mãe. - Que meu filho é um maldito ômega!?

Sons semelhantes a uma pessoa caindo e mais coisas se quebrando foram ouvidos, e logo em seguida os gritos de sua mãe chegaram nos ouvidos do garoto o fazendo soluçar de tanto chorar por ouvi-la implorar para que seu marido não a batesse pois estava grávida.

Gulf estava no quarto que dividia com as irmãs, sentado na cama com as mãos juntas no colo as apertando nervosamente enquanto lágrimas impiedosos desciam por sua bochecha. Ele se perguntava por que sua mãe não largava de uma vez seu pai, e também se perguntava por que ele sempre era tão mal para eles.

- A culpa é TODA SUA!! - Rael segurava a mulher pelo cabelo, a jogando de um lado para o outro sem se importar se ela estava grávida e podia perder o filho deles. - Um filho ômega! Eu te falei o que ia acontecer se ele fosse ômega!! EU AVISEI!!

- PARA RAEL!! OLHA O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!! - Elena, mãe de Gulf gritava, implorava para que seu marido a solte e parasse com isso pois ele estava assustando as crianças.

Gulf podia ver a briga pela fresta da porta do quarto, pois eles estavam brigando logo na frente dele e a cena de sua mãe chorando toda machucada enquanto seu marido a agredia marcaria para sempre sua vida. Ele sempre ouviu Rael dizer que amava sua mulher, então por que ele estava batendo nela? Ele não entendia.

- Eu nunca pedi um filho, quanto mais um ômega!! Agora será que esse bastardinho que esta nessa sua barriga é um ômega também?? Hum!? - Rael andava de um lado para o outro, fazendo seus passos serem ouvidos pela casa toda enquanto seus filhos estavam escondidos no quarto, morrendo de medo do pai.

- Pa-para Rael! E-eu não sei... Eu não sei... - Elena chorava passando os pulsos nos olhos, buscando não chorar enquanto segurava a barriga. - É nosso bebê, ele é nosso filho!

- SEU FILHO! - Rael se voltou para a mulher a assustando pelo grito. - Gulf é SEU filho! Não é meu! Eu não tenho filho prostituta! Uma PUTA! Uma VADIA que se vende por uns trocados!! - Seu ódio pelo gênero ômega transparência nas veias saltando e voz estridente.

- Não! - Elena negava. - Chega Rael, CHEGA! PARA! EU IMPLORO PRA VOCÊ PARAR! - Ela grita.

Gulf ouve o silêncio reinar por alguns segundos, e ele tem esperanças de que a briga havia acabado, mas logo o som de um tapa bem forte é ouvido de novo seguido do choro de sua mãe e somente os passos agressivos de seu pai se sobressaem antes do som da porta batendo.

Gulf se atreve a se mover, e passando por onde suas irmãs estão abraçadas e chorando muito, ele abre a porta do quarto observando sua mãe no chão, chorando incessantemente enquanto arranhava o piso com uma única mal na barriga.

- Mamma... - Gulf a chama em um fio de voz, com muito medo do pai voltar, mas ainda corajoso para ver se sua mãe estava bem. - Mamma... Mamma...

Elena aperta os punhos, se movendo devagar para olhar para Gulf. O garoto estava lá, em pé diante dela apenas com um filete de sangue no canto da boca pelo tapa que levou do pai enquanto sua mãe estava toda machucada, e com partes do corpo roxas.

- A senho-

- MALDITO!!!! - Ela grita com todas as suas forças, ficando vermelha no processo em que mais lágrimas descem seu rosto. - É TUDO SUA CULPA! SUA CULPA! MALDITO! CRIANÇA MALDITA!!

Efeito Borboleta [ MewGulf ] AboOnde as histórias ganham vida. Descobre agora