XV

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Quando Alfredo saiu, João veio ver como eu estava.

- Estou bem, João.   Chama o Rodolffo para mim.

João desceu e logo Rodolffo subiu.
Entrou e eu pedi para fechar a porta.
Abracei-o e assim permaneci durante algum tempo.

  - O que foi, Juliette!  Porque é que ele já foi embora e ficaste aqui em cima?

Contei a Rodolffo tudo o que tinha acabado de ouvir.

- Caraca!!!!  Que reviravolta!

- Eu não sei o que fazer ou pensar.

- Eu não quero influenciar-te mas isso é só compensação por todos estes anos.

- Deixa eu ver uma coisa.

Juliette abriu as malas e encontrou o envelope fechado que continha o cartão bancário.  Abriu o computador que estava na secretária e acessou a sua conta bancária.

- 5.000.000,00 ????  Rodolffo!  Cinco milhões?  Eu tenho cinco milhões?

- Essas malas são todas tuas?

- Sim.  Era tudo o que eu tinha.

- O que é que eu faço agora?  Eu estou muito perdida.

- Só tens que descansar para poderes decidir com calma.  Vem para casa.  Vais ver que depois de uma boa noite de sono as ideias ficam mais nítidas.  Amanhã é outro dia.

Espera aqui. Vou ali no jurídico.

- Bom dia.  Por certo vocês estarão a par das alterações havidas nos últimos dias.

- Sim, respondeu deu um dos advogados.

Elaborem um comunicado.  Estão todos os funcionários dos diversos sectores dispensados após o almoço.

Regressem amanhã para uma reunião geral com a nova administração.

Mandei uma mensagem à Bela e pedi que viesse ao escritório da administração.

- Rodolffo,  vai levar o João e volta aqui para me buscar.  Vou ver umas coisas e depois vamos almoçar.

Rodolffo saiu e logo chegou a Bela.

- É verdade o zunzum que circula por aí?

- Sobre o quê?

- Sobre seres a dona disto.

- É verdade.  Ainda não caí em mim.  Eu vinha para o processar e agora não sei se vale realmente a pena.
O processo vai-se arrastar pois ele vai para o estrangeiro.

- Mas ele deu-te isto tudo, tudo?

- E mais cinco milhões no banco.

- Ai amiga, esquece o processo.   Bem que eu queria um cativeiro assim.

- Porque nunca passaste por isso, senão não falavas assim.

- Eu sei, Juliette.   Sou eu a ser parva.

- O que diz o meu mano?

- Para eu dormir sobre o assunto e pensar no melhor.

- Melhor que cinco milhões?
Aceita e esquece o passado.  Bola que segue.

Rodolffo regressou e entretanto chegou a hora de almoço.  Os  funcionários foram saindo um a um e logo só restava Juliette, Rodolffo e Bela.

- Vamos almoçar e conversamos mais durante o almoço.

Ao final da tarde, Juliette ligou para Alfredo e disse que podia enviar o comunicado à imprensa, mas queria que estivesse na reunião com o pessoal para a transferência de poderes.

Alfredo aceitou e disse que estaria lá às 9 horas em ponto.

Fuga DuplaWhere stories live. Discover now