Juliette sentou-se, e precisou de tempo para assimilar a informação.
- Eu assinei perante um tabelião e testemunhas.
- Eram falsas de certeza, Juliette.
- Eu vivi 8 anos nesta mentira? Porquê? Qual o objectivo?
Eu quero ir lá falar com o Alfredo.
- Calma. Vamos analisar a situação.
Não vás de cabeça quente.
Enquanto isso Alfredo reunia com o jurídico da empresa.
- É esse o meu desejo. Tratem de tudo para que eu possa afastar-me da empresa o mais rápidamente possível. Lavrem os contratos que tiver que ser porque eu quero viajar logo.
Passou uma semana. Juliette depois de analisar a situação resolveu que era hora de enfrentar a fera.
Na empresa, Bela observava as movimentações dos últimos dias. A fofoca era que iam encerrar a actividade, mas ninguém se atrevia a perguntar.
Juliette telefonou para ela a perguntar se Alfredo estava lá, mas infelizmente não estava.
A casa dele ela não queria ir e foi assim por vários dias.
Hoje foram chegando várias malas que logo foram encaminhadas ao escritório de Alfredo por sua ordem.
Dele nem sinal.
Juliette e Rodolffo aproveitavam todo o tempo para estar juntos. Logo ele ia partir novamente e eram mais três meses de separação.
Almoçaram num pequeno restaurante e quando saíam deram de caras com Carla, a ex de Rodolffo.
- Rodolffinho, procurei-te tanto!
- Para quê? Não ficou claro na nossa última conversa que não quero mais nada contigo?
- O nosso relacionamento ainda não terminou. Quem é essa aí?
- Não te interessa, mas se queres saber é minha esposa.
- Casaste em tão pouco tempo? Comigo não foi assim.
- Contigo só perdi o meu tempo. Agora sai da minha vida de uma vez por todas.
- Não vou sair. Onde estiveres, eu estarei também.
Saí dali furioso. Juliette não disse uma só palavra.
- Desculpa. Nunca pensei encontrar esta pessoa.
- Foi dela que fugiste?
- Foi.
- Pelo visto vai importunar-te sempre.
- Eu apresento queixa.
- Quando vamos ter paz?
- Não penses nisso. Vamos curtir um cineminha e esquecer estes emplastros.
Entraram no shopping para ir ao cinema e Juliette viu Rafael a entrar numa loja de roupa.
- O Rafael entrou naquela loja.
- Tens a certeza?
- Tenho. Vou lá perguntar pelo Alfredo.
Juliette e Rodolffo dirigiram-se até à entrada da loja e esperaram que Rafael saísse.
- Boa tarde Rafael.
- Juliette!!!
- Onde está o Alfredo?
- Em casa. Não tem saído.
- Diga-lhe que eu quero falar com ele amanhã sem falta, mas no escritório.
Que não falte, senão acciono a polícia, e ele sabe que eu posso fazer isso.
- Eu digo, sim.
Saímos dali e entrámos no cinema com as nossas pipocas.
O filme era muito animado e juntos demos muitas risadas.
Eu nunca tive isto. A minha adolescência foi de carência e nem com a abundância que Alfredo me proporcionava eu podia usufruir destas pequenas coisas.
Terminámos a tarde com umas compras que a mãe de Rodolffo nos tinha pedido para o jantar.
