XII

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Rodolffo e Bela chegaram a casa.  Depois de Rodolffo cumprimentar os pais foi abraçar Juliette.

- Está tudo bem, disse ele sentindo ela tremer nos seus braços.

Rodolffo e Bela riam ao contar o encontro com Alfredo.

- Quer dizer que a senhorita gostou da minha música?  Palavras do seu marido.

- Da música e do cantor, respondi sem esconder dos pais dele.

Rodolffo beijou-lhe a bochecha e puxou-a para si.

- E agora?

- Agora vais pedir o divórcio e resolver o que tiveres a resolver. Chega de ter medo.

- Eu não tenho medo.   Só nunca tive chance de sair de casa.  Mas preciso de um sítio para ficar e também um emprego.

- Ficas connosco,  disseram de imediato os pais de Rodolffo.   E o emprego há-de aparecer,  com calma.

Na manhã seguinte as manchetes dos jornais eram as seguintes.

"O empresário da joalharia, Alfredo Coutilard regressa ao Brasil depois de umas férias, mas estranhamente sua esposa que partiu com ele não o acompanhou no regresso"

A especulação sobre o término do relacionamento era assunto em todas as publicações.

Vários jornalistas estavam à porta do condomínio onde ele residia para serem os primeiros a obter uma declaração.

Alfredo e Rafael conversavam em casa sobre os passos a dar.

- Eu estou farto de me esconder.

- Então assume.

- Se o fizer aqui, nunca mais me largam.  E vai ser mau para o negócio.

- Vamos para fora do País.

- Já ponderei isso, mas eu preciso encontrar a Juliette.   O nosso assunto ainda não acabou.

- Nem sabes se ela ainda está no Brasil.

Ela não tem dinheiro e a última  vez que usou o cartão que eu lhe dei foi no barco.

- Alguém a ajudou.  Não a viste conversar com ninguém no barco?

- Vi o mesmo que tu.  Não estivemos sempre juntos?

Na manhã seguinte, Alfredo saiu para o escritório.   Conseguiu passar pelos jornalistas sem prestar qualquer esclarecimento, mas aos que estavam à porta do escritório,  disse que em breve ia enviar um comunicado.

Entrou no escritório e foi logo perguntar à Bela se a sua esposa lhe tinha ligado.

- Não,  doutor.  Onde está ela?  É verdade o que dizem os jornais?

- Não é verdade.

Juliette tinha adquirido um outro cartão para o seu telemóvel e mantinha o anterior inactivo.

Quis começar o dia tratando da sua situação.   Resolveu que não se esconderia mais.

Foi juntamente com Rodolffo até ao tribunal apresentar o requerimento para o pedido de divórcio.

- Tem a sua certidão de casamento?

- Não, só sei a data.

- Serve.  Vou já buscá-la na secção ao lado.

Juliette esperou pouco mais de 15 minutos e perante o que lhe foi dito, ela quase teve um treco.

Não fosse Rodolffo estar por perto, ela teria desmaiado com a descoberta.

- A senhora nunca foi casada.

Fuga DuplaWhere stories live. Discover now