A vida em nova york

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April: e o que você faz aqui em Nova York? - Perguntou a morena, tentando iniciar uma conversa com o garoto a sua frente, e pela primeira vez naquela noite viu o ruivo erguer os olhos azuis do celular e lhe encarar.

Xxxxx: Bom, eu trabalho em um food truck, de tacos. É um negócio de família sabe? Meu avô iniciou, aí meu pai e meus tios continuaram, e agora eu tô lá. - Disse orgulhoso, demonstrando ser algo extremamente importante, e não notou o olhar de decepção no rosto da garota. - E você? - Perguntou, sua voz agora beirando a indiferença, sem realmente querer saber sobre ela.

April: Bom, Paul né? - Perguntou e recebeu um aceno positivo do acompanhante, que novamente encarava o aparelho em suas mãos. - Eu sou dançarina, vim para Nova York em busca dos meus sonhos... eu faço aulas na... Continuaria, mas o som estridente do celular de Paul Ihe atrapalhou.

Paul: Só um minutinho, eu preciso atender, deve ser uma emergência familiar. Disse, e mais que depressa se levantou da mesa e seguiu para a saída do Pub em que estavam. April acompanhou com o olhar e viu o momento exato em que o rapaz pagou sua comanda e saiu do local.

April: Com certeza uma emergência familiar - Exclamou bufando, revirou os olhos e se permitiu analisar o ambiente pela primeira vez desde que havia chegado ali.

Era um lugar pequeno, escondido entre todos os prédios gigantescos do centro de NY. Tinha drinks baratos, uma iluminação que imitava a de alguma balada falida que April já tinha visto em filmes, duas mesas de sinuca e algumas mesas redondas dispostas pelo local. Não era o pior, mas estava longe, muito longe de ser o melhor.

Encarou a comanda em sua mão, marcava uma água sem gás. Sentiu o estômago reclamar e só então se lembrou de que ainda não havia jantado.

April: Hora de ir... Eu não devia nem ter vindo. - Revirou os olhos, pegando sua bolsa, casaco e se direcionando para a saída.

*
Deco: Já chegou?! Achei que esse encontro duraria mais que... - O garoto fez uma pausa no discurso para encarar o relógio e quando constatou o que queria, arregalou os olhos numa expressão divertida. Quarenta - minutos, April Dibrina?! Cruzes, foi pior que o da outra vez! - Falou em descrença.

April: Ok, que seja, eu não vim aqui para ouvir as piadas e o discurso sarcástico, só quero o número do tailandês que pedimos da outra vez. - Falou, sem ânimo algum na voz, e aguardou até que o amigo lhe alcançasse o cartão com o número. - Obrigada.

E antes que o amigo falasse qualquer coisa, April seguiu seu caminho até o próprio apartamento.

Assim que entrou em seu "lar, doce lar largou sua bolsa em um canto qualquer, tirou os saltos e o casaco, os deixando atrás da porta.

Foi em direção a cama e se jogou contra o colchão não tão macio, respirou fundo e então tirou o celular do bolso da calça, ligando em seguida para o lugar que produziria seu jantar.

April: Tempo perfeito para um banho. - Falou sozinha, quando descobriu que a comida chegaria dentro de uma hora.

Se obrigou a levantar da posição nada confortável em que estava e então se direcionou ao banheiro. Se despiu, soltou os fios negros e encarou seu reflexo no espelho que tinha ali: um pouco mais magra que antes, o que era muito bom, o cabelo mais comprido e talvez precisando de uma hidratação, olheiras agora cobertas por maquiagem e um olhar mais sério e cansado: finalmente tinha alcançado a fase adulta.

Ligou o chuveiro e então aproveitou a sensação da água quente escorrendo primeiro por seus ombros, depois braços e busto, tórax e pernas e por fim, chegando nos pés; constatou que precisava.

Terminou seu momento relaxante e se secou, logo depois colocando uma roupa confortável: um conjunto de moletom cinza e meias peludas com estrelas. Secou os cabelos e foi o tempo de largar o secador para April ouvir um barulho na porta: O jantar tinha chegado.

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⏰ Última atualização: Apr 13 ⏰

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A Dançarina ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora