- Eu estive pensando em algumas coisas aqui, mas eu não vou contar de forma alguma.
- Lá vem você com os seus planos.
- Esse depende mais de você do que de mim! - Ouvi os passos de Chiara se aproximando.
- Eu quero um cachorro! - Ela nos disse, cruzando os braços.
- Um cachorro? - Jonah virou-se para ela. - Sabe, estive pensando...
- Para com isso! Não vamos ter um cachorro! - Virei-me, indo até a cozinha verificar se o bolo estava pronto.
- Por que não? - Jonah apareceu ao meu lado, pronto para fazer a calda.
- Nós sabemos que eu vou cuidar desse cachorro sozinha. - Chiara subiu no balcão e se sentou nele.
- Onde você aprendeu a fazer isso e por que deixam você fazer isso? - Jonah voltou sua atenção para Chiara.
- Eu peguei a cadeira! - A menina respondeu, pegando uma barra de chocolate e abrindo.
- Chiara! - Ela olhou para ele enquanto enfiava um pedaço de chocolate na boca. - Não faz mais isso, desce! - Jonah a colocou no chão e os dois começaram a preparar as coisas. - Não é pra você ficar subindo nas coisas, você pode se machucar!
- Já levou cada tombo que eu cansei de falar. - Dei de ombros.
- Não! As coisas não são assim! - Abri a caixa de creme de leite e entreguei para eles. - Como cansou de falar? - Ri e neguei com a cabeça.
- Sempre sendo o pai da situação! - Beijei sua bochecha.
- Eu tô falando sério! Ela não pode ficar subindo nas coisas desse jeito.
- Jonah, tá tudo bem! Do chão não passa, nós já conversamos sobre isso e concordamos que ela não vai ficar subindo nas coisas. Somente no parque!
- Aparentemente, não conversaram direito.
- Jonah! - Ele continuou focado em fazer a calda do bolo. - Jonah!
- O que?
- Você pode conversar comigo direito e parar de me tratar dessa forma? - Vi Chiara sentada em frente ao forno, ansiosa para o bolo ficar pronto.
- Eu tô! - Ele desligou o fogão e se virou para mim.
- Nós precisamos entrar em acordo aqui, e você me respondendo desse modo e sendo extremamente grosso comigo, não vai resolver nosso problema, ainda mais se for sempre desse jeito.
- Eu só... existem coisas que você deixa ela fazer que me preocupam. Eu sei que você quer dar liberdade pra ela fazer as coisas do jeito dela, e eu acredito que isso seja bom, mas com cautela. Ela é só um bebê, e eu só estou preocupado com possíveis acidentes que podem acontecer nisso tudo.
- Você tá dizendo que eu não criei...
- Não! Eu não tô falando que você não fez um bom trabalho.
- Você não tem ideia do quão difícil é criar uma criança praticamente sozinha, ter que se esconder por aí, fugir e deixar tudo pra trás.
- PORQUE VOCÊ SIMPLESMENTE DECIDIU QUE SERIA MAIS FÁCIL ME EXCLUIR DE TUDO E FINGIR QUE EU NÃO EXISTIA, QUE EU NÃO FARIA DE TUDO E QUE EU NÃO FAÇO DE TUDO POR VOCÊS. Você escolheu sumir, fingir, forjar e me deixar fora disso, e você não vai jogar na minha cara de que eu não fui um pai presente, de que eu não estive aqui por vocês, porque a culpa disso é sua! - Virei-me sem responder e saí limpando as lágrimas que escorriam.
Não espero, realmente não espero que ele me perdoe por isso, mas espero que ele entenda que jamais negociaria a segurança da nossa filha, e que faria tudo de novo se fosse preciso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stories We Didn't Tell You - Jonah Marais
FanfictionO sentimento mais puro que conhecemos, amor, até onde você iria por? Para alguns a resposta é óbvia, até o infinito. Cruzar fronteiras, vôos cansativos, tudo por uma pessoa, realmente vale a pena? Procuramos pelas respostas! _______________________...