A Melhor Decisão

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Fernanda ainda tentava a todo custo não olhar para Alane e a bailarina fazia o mesmo, nenhuma das duas tomava iniciativa e Pitel vez ou outra encarava as duas.

- se você sair amanhã... isso significa que vocês duas vão ter pouco tempo juntas. – Pitel disse. – talvez seja hora de você esconder um pouco desse rancor canceriano e ceder.

- ela votou em mim, num puta paredão importante, eu quero é distancia.

- amiga, pra que mentir? Todo mundo sabe que o que você quer dela é tudo menos distancia.

- desde que eu entrei aqui, desde que eu me esfarelei por ela, eu tento fazer o pior parecer melhor. – Fernanda deixou seus talheres de lado. – eu virei um slime com ela, sabe, desses molegas que você aperta, soca, faz o que quer?

- você só está puta, por ela ter feito algo que você deveria ter feito primeiro.

- exatamente! Ela esfarelou a Fernanda Bande jogadora, ela me transformou em um amontoado de migalhas. Eu tenho cem milhões de razões para ir embora.

- e o seu único motivo pra ficar é alta que só a peste, tem a maturidade de um adolescente, porém mama que nem um bezerro né?

- oh... – Fernanda revirou os olhos. – a gente não tinha nada pra dar certo, olho pra trás e vejo que tudo tá uma merda, desde o início, porra, que que eu tinha na cabeça pra beijar aquela menina...

- álcool?

- ela é uma maldição... caralho, vou ter que tomar banho de erva por uma semana pra me livrar dessa maluca.

Pitel resolvera dar por encerrado aquela conversa, seria extremamente ruim ficar revivendo o passado e Fernanda já dava sinais de uma leve alteração e da forma como ela retratava seus sentimentos era possível que a bomba relógio escolhesse a pior hora para explodir.

O dia ensolarado estava lindo, e Fernanda deixou a arrumação do quarto para mais tarde, poderiam arrumar enquanto se preparavam para a festa, por hora ela se deixaria aproveitar da piscina mais um pouco.

Alguns metro dali Alane não parecia demonstrar que tinha levado um fora de Fernanda, muito pelo contrário, ela ria e cantava com suas amigas de confinamento.

Estava se demonstrando ser uma boa atriz, quem olhasse de fora jamais poderia dizer que ela estava sofrendo como uma desgraçada por dentro, seus olhos faziam um percurso que durava segundos até Fernanda.

Se sentia abençoada por ela estar levando tão bem aquele paredão, mesmo algo lhe dizendo que seria ela quem sairia, e talvez Alane perdesse todas as suas chances de ao menos ter uma conversa com ela, mais uma tentativa era o que rezava internamente enquanto gargalhava para Beatriz quando a vendedora contava as suas histórias.

O frio no seu estomago lhe corroía, em breve, tudo aquilo acabaria, o céu azul aos poucos fora ficando branco, e a noite chegou e com a certeza de que aquela poderia ser a ultima noite que teria ao lado de Fernanda.

Entregou a missão a um chá de camomila, precisava se acalmar, seu peito aos poucos acelerava dolosamente e ela não soube de onde vira tanta força para não ter uma crise de ansiedade, talvez seu chá de camomila estivesse sendo adoçado com a risada alta de Fernanda e isso aos poucos lhe tranquilizava.

Ela estava bem, ela ficaria bem.

Então porque tinha tanto medo?

A campainha tocou pedindo para que algum participante fosse buscar o carrinho pré festa, e ela que esta próxima da dispensa acabou seguindo até lá.

Para sua surpresa Fernanda já estava ali, e ela até pensou em recuar um passo, se sentia como uma presa prestes a ser aniquilada por uma onça. E antes que pudesse decidir se ficava ou se recuava Fernanda virou o rosto e assim que a viu, frisou os olhos na mais alta soltando um suspiro cansado.

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