o novo lá de Anninka

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A tarde se mantinha calma, e dentro da catedral principal da cidade estava Katanyna e Zaki que sentados em um banco de madeira, rezavam durante a missa que ocorria no local. Os idosos agradecem primeiramente por todas as coisas boas que tiveram e após isso pediram pela ajuda dos necessitados e por último para conseguirem achar a neta deles.

O desespero era claro no rosto dos velhos que pareciam não dormir desde o sumiço da neta. Imediatamente assim que a oração acabou, ambos se levantaram e se despediram do padre e de seus colegas fieis.

Consequentemente, enquanto ambos andavam para fora da igreja, acabaram por se deparar com os pais de Antony que estavam acompanhados da criança e de sua irmã mais nova chamada Weronika.

A garotinha era menina loira assim como o seu irmão mais velho, seus olhos tinham uma tonalidade verde-escura , e ela era bem mirada com uma estatura alta para sua idade, a mesma usava duas tranças longas e um vestido verde musgo que ia até o joelho.

Por fim, ao lado da menina e de seu irmão, estava a mãe dela, que se localizava a sua direita. A mãe tinha cabelos castanhos claros e olhos verdes, seu físico era mediano com quadris levemente largos.

Já o pai tinha cabelos loiros como os de seus filhos que provavelmente puxaram a genética dele, os olhos eram em um tom castanho escuro e um nariz pontudo bem arrebitado com lábios finos e seu físico era levemente corpulento, porém ainda fino no formato triângulo invertido.

Diante disso os dois idosos apenas observaram aquela família os cumprimentar com um sorriso gentil, sendo que o primeiro a se pronunciar foi a mãe de Weronika e antony dizendo:

— Boa tarde, como vocês estão? Ficamos sabendo da criança, já tiveram alguma notícia dela?

— Infelizmente não, mas já fomos à delegacia hoje de manhã e abrimos um pedido de procura.

— Oh! Que bom! Vocês por acaso tem uma foto, meu marido e eu podemos imprimir algumas imagens da menina para fazer cartazes de procurado — sugeriu a mulher.

— Verdade, por sorte, graças a meu trabalho a questão de impressão não é um problema, e claro vamos ficar de olho caso vemos a garota — comentou o pai de Antony.

— Oh? Sério mesmo? Iria ser de grande ajuda, nem sabemos como expressar a nossa gratidão — afirmou Zaki enquanto segurava a mão de sua esposa.

— Não precisam agradecer, desejamos toda sorte com a procura de sua neta — falou a mãe das crianças.

— Claro que precisamos, realmente agradecemos — falou Katanyna.

— Minha esposa tem razão, não se preocupem com isso, e tragam a menina para jantar conosco assim que acharem ela — falou o pai de Antony.

Zaki e Katanyna apenas assentiram, após isso começaram a conversar tanto com as crianças quanto com o casal. Posteriormente logo todos se despediram e o casal de idosos apenas foi para casa, assim que chegaram lá suspiraram e Katanyna foi fazer um café para os dois.

Indo para cozinha, a senhora pegou coador e começou a moer os grãos de café que ficavam guardados na parte debaixo do armário, após algumas horas finalmente, ficou pronto e ela serviu para seu marido e também para si. Assim que o café foi servido, o casal bebeu com calma enquanto pensava em Anninka, e posteriormente quando terminaram suas xícaras se entreolharam e logo disseram:

— Bem, vamos ir procurar, ela mais um pouco?

— Com certeza, vou pegar nossos casacos

Enquanto isso, bem longe dali, em um canto escuro e frio, os olhos de Annika finalmente abriram, ela poderia ouvir o choro de várias crianças de diferentes idades. A menina ainda não sabia onde estava, mas não gostava do local, pois lhe dava lembranças da época de guerra, porém ainda, sim, era algo novo.

A menina apenas se levantou e sacudiu a poeira de seu pijama, não sabia quanto tempo estava desacordada, entretanto, deduziu que seria de dia dias por fim enquanto perdida em pensamentos ela viu a porta se aberto por um casal que disse:

— Parece que você acordou, venha conosco, está na hora de apresentarmos você aos seus irmãos.

Anninka apenas achou estranho por isso recuo, porém teve seus braços puxados pela mulher loira de sobrancelhas ruivas que tinha uma pinta de baixo do olho e usava roupas semelhantes a de um convento.

Ademais a situação, após ser puxada para uma sala e empurrada pela mulher, Annika pode ver várias crianças a quais se encontravam extremamente magras, todas elas tinham alguma cicatriz e numeração em seu pescoço e vestiam túnicas brancas.

A menina engoliu a seco, não gostava daquela situação e se manteve quieta até o silêncio se interrompido, pelo homem que acompanhava loira que lhe havia puxado anteriormente:

— Bem, seja bem-vinda a sua nova família, vamos te enumerar logo — falou o homem — quase me esqueci, me chamo Heiko e esta é a Teresa.

A criança engoliu a seco, apenas assenti com medo de dar uma resposta e por fim ela percebeu que os adultos não ligavam muito para isso e apenas a empurraram para uma fila. Anninka engoliu a seco ao ver que as crianças estendiam os seus braços para mulher, que pegava uma ferradura quente e as marcava com número.

A garota só fechou os olhos, enquanto se ouvia os gritos, e as outras crianças também esperavam juntamente a mesma pareciam desesperadas.

No dia seguinte, Annika acordou, deitada no colchão de uma cama de cor branca e verde, que era extremamente velha, a qual se encontrava no novo quarto da menina. O quarto era sujo e fedido, tinha cheiro de mofo que fazia ela lembrar de sua mãe e derramava algumas lágrimas no rosto antes de enxaguar.

Por fim ela olhou ao redor assim percebendo estar acompanhada de várias crianças ao seu redor, e diante a isso suspirou pensando se seria de Dia ou de noite? Era difícil saber quando não tinha luz exterior.

Portanto, posteriormente apenas se levantou e sacudiu sua túnica branca, enquanto olhava para a marca de número 24 que estava em sua pele, a lembrança do ferro quente em sua pele foi horrível e ainda conseguia lembrar frescamente da experiência disso.

Após alguns minutos, todas as outras crianças acordaram, as mais velhas que não haviam sido marcadas, tinham machucados nos braços e algumas eram cegas e falhas em seus cabelos.

Em comparação às mais novas se encontravam em um estado de conservação melhor e todas tiveram suas marcas recém-feitas no dia anterior, assim como Anninka.

Assim que todas terminaram de arrumar, foram para fora do cômodo velho a mando de Teresa que tinha recém entrado no quarto com uma expressão severa.

Anninka que observava tudo ainda sem entender nada, apenas seguiu o ritmo das crianças mais velhas e posteriormente percebeu que as novatas no local assim como ela também fizeram isso.

Em seguida, assim que ela entrou na cozinha em fila juntamente das outras meninas, pode ouvir teresa dizendo:

— Muito bem! Parece que entenderam o que é para fazer, vamos algumas explicações... Está vai se a nova casa de vocês, por isso serei como uma mãe aqui e espero que me chamem assim — falou a mulher enquanto olhava o rosto de cada criança — aqui algumas regras, nada de me responder sem levantar a mão, nada de sair, vocês terão que auxiliar nos rituais — continuou Teresa.

Enquanto a mulher falava, as crianças se manterão quietas, e isso continuo até que Anninka levantasse a mão receosamente por assim perguntando:

— Que tipo de rituais seriam esses?

— Vejo que você é curiosa, bem não gosto disso, porém foi educada o suficiente para obedecer uma das minhas regra — falou teresa julgando a menina de cima a baixo — vamos ter que pintar seu cabelo depois, chama muita atenção apesar de eu querer arrancar esses olhos — falou a mulher em um tom concedente

Anninka estremeceu ao ouvir aquilo, por fim abaixou a cabeça enquanto tirava um sorriso sínico da adulta que por fim voltou a falar:

— Bem, agora continuando vocês serão chamadas de acordo com seus números, ademais não será aceito erros por mais minúsculos que sejam, me entenderam? — questionou a adulta.

— Sim, senhora — disseram todas as crianças em uníssono.

FlorescerWhere stories live. Discover now