O plano

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  Amanhecia na cidade. A criança acordava se espreguiçando enquanto suas mãos tampavam seu rosto devido aos raios de sol que atravessavam o vidro da janela, assim cegando levemente seus olhos, fazendo a garota desviar o rosto rapidamente para a sombra. Em seguida, a garota se levantou após se acostumar com a claridade, e caminhando até o banheiro, fez suas higienes pessoais antes de descer as escadas indo para cozinha enquanto sua mente ainda pensava no que seus avós disseram na noite anterior.


Anninka por mais que estivesse ausente de reclamações, não poderia deixar de odiar a ideia da floricultura vendida, entretanto não queria ver seus avós magoados, para isso apenas tratou de deixar seus pensamentos para si. Ao chegar na cozinha, foi recebida com um sorriso de sua e, estranhamente, olhou para os lados, notando a ausência de seu avô:

— Onde está o vovô? — perguntou a criança, se juntando à mesa.


— Bom dia, querida, seu avô... saiu para resolver alguns negócios — falou a idosa, colocando o café matinal de Annika na mesa.


— Entendo, o que ele foi fazer? — perguntou Annika, enquanto comia.


— Coisas de adulto, sabe, também foi falar novamente com a diretora da sua escola — respondeu cordialmente Katanyna.


A garota apenas assentiu, em seguida voltou a comer enquanto conversava com sua avó; após algumas horas, finalmente o som do relógio indicou estar na hora de ir para a escola e Annika então ajudou rapidamente Katanyna com as tarefas de casa e foi se arrumar. A menina, agora vestida com um vestido amarelo de seda, em um tecido leve e fresco, sapatilhas brancas, além disso, também ajeitou dois coques em seu cabelo.


Posteriormente, apenas pegou sua mochila e segurou na mão de sua avó, e assim ela foi caminhando para a escola juntamente da idosa. Ao chegar no local, a menina se despediu de sua avó e foi correndo falar com seus amigos que se localizavam no corredor. Assim que ela chegou lá, os cumprimentou, tendo sido recebida com um abraço caloroso em equipe.


Após horas de conversa, as duas amigas se despediram de Ksenia e Antony, ambas meninas logo foram para a sala de aula e, durante o caminho, comentavam estarem achando Antony mais quieto que o normal. O bate-papo das garotas foi tranquilo, enquanto a conversa desenrolava. Anninka comentou da floricultura para sua amiga pela primeira vez, que curiosamente disse:


— Uau, não sabia que tinha um lugar assim na cidade, mas acho que já vi o prédio que você falou... não imaginava que era isso.


— É bem bonito, você quer ver depois da escola? Acho que posso convidar Antony e Ksenia.


— Ótima ideia, inclusive tenho certeza de que isso pode animar o Antony, ele parecia meio...


— Realmente.


Assim que as duas meninas chegaram na sala de aula, notaram que a professora estava quieta, o que fez Annika deduzir que ela havia levado outra advertência. A menina queria rir da professora, mas se absteve de tal ação, afinal ela não queria confusão.
Durante a aula, a garota se pegou pensando diversas vezes na floricultura, a conversa do jantar anterior sempre invadia sua mente, a deixando brava. Janel que estava ao lado dela, notou e então jogou um papel na mesa da mesma.

À medida que o tempo passava, o intervalo chegou e as duas amigas foram em conjunto encontrar Antony e Ksenia que se encontravam aos fundos conversando de algo, todavia eles pareciam ter parado de falar assim que as meninas chegaram. Annika olhou para Janel que assentiu com a mesma como se ambas pensassem o mesmo e isso seria "eles estão nos escondendo algo".

Em paralelo a ambos, Antony e Ksenia engoliam a seco, olhando as amigas deles desconfiadamente. Antony se sentia receoso de ainda falar para as outras garotas... Já bastava Ksenia ter descoberto e claro que tinha muito medo dela o julgar. Porém, tudo ocorreu bem, mas não queria que se espalhasse a informação, e se chegasse ao ouvido de seus pais, seria considerado alguém morto, é o que o mesmo pensava. Ao final do dia, Anninka e seus amigos esperaram os avós dela, na porta da escola. Assim que os idosos chegaram, notaram as crianças em conjuntos e disseram em uníssono:


— O que ouve?


— Eu queria saber se posso levar eles para a floricultura? — falou Annika os questionando.


— Está bem, querida, mas já avisaram os pais deles? — perguntou Zaki acariciando a cabeça da neta.


As crianças logo balançaram negativamente, por isso todos resolveram esperar até a chegada de seus responsaveis . Posteriormente, após conseguirem a autorização de todos os pais, as crianças primeiramente passaram na casa de Anninka para jantar. Ao chegarem na residência, tiraram os sapatos e foram ajudar Katanyna no almoço, enquanto isso Zaki arrumava a mesa.


Após tudo pronto, as crianças se sentaram na mesa, o cheiro do prato rodeava o local, a comida eram Zrazys: uma comida típica composta por um suculento bife bovino, bem grelhado juntamente do recheio, que era composto por vários ingredientes sendo milho, frango, ervilhas e muito mais, além disso, em sua volta espalhado pelo molho tinha alguns legumes assado.


Já de sobremesa, tinha a famosa Szarlotka a qual era torta de maçã feita por uma massa de biscoito e recheada por maçãs cozidas, juntamente com um sorvete de baunilha ao seu lado. Anninka e seus amigos, assim como os avós da garota, comeram tudo à medida que trocavam ideias e novidades. Ao terminarem a refeição, como combinado, Zaki acompanhou as crianças até o local e saiu as dando privacidade, porém, antes de mandar pela porta, disse:


— Volto daqui a três horas, se comportem.


— Vamos sim — falou Janel.


— Pode confiar na gente — respondeu Antony e Ksenia.


— Fica tranquilo, vovô — falou Annika se aproximando de Zaki o abraçando.


O idoso soltou um sorriso assim, retribuindo o abraço da neta, se despediu e saiu do local. Após isso, Annika e seus amigos deixados sozinhos na floricultura resolveram organizar o local.
As crianças se sentaram em uma mesinha e pegaram a sexta que a avó de Annika havia dado para eles fazerem um lanche da tarde. Assim, tirando as comidas da lancheira e arrumando a mesa, posteriormente se depararam com a bela visão. A mesa redonda, feita de mármore, é coberta por pratos contendo variedades de refeições como alguns Serniks, makowiecs e pierogis. O Grupo de amigos se sentou em conjunto e começaram a comer enquanto conversavam:

— Esse lugar é incrível, poderíamos fazer mais reuniões aqui — comentou Ksenia comendo.


— Seria legal, uma pena que será vendido — disse a menina cabisbaixa.


— Espere, está falando sério? Isso é injusto — comentou Antony.


— É uma pena, seria bom se isso fosse reconstruindo, daria... Fico imaginando o quão grandioso seria esse local — falou Janel.


Anninka suspirou, ouvindo seus amigos lamentando pelo local ao mesmo tempo que concordava. Durante o diálogo, sua mente viajou e então ela rapidamente se levantou e disse:


— Tive uma ideia!

FlorescerWhere stories live. Discover now