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   A general girou com o peso sob os calcanhares, sua testa foi de encontro ao queixo do soldado atrás dela que caiu atordoado. Deu um golpe no joelho do segundo homem que desabou sem controle das pernas, em circunstâncias normais Hanne teria finalizado com um soco ou um golpe na traqueia, mas no momento ela estava imobilizada dos quadris para cima. Ela odiava correntes, e aquele amontoado de metal a perseguia como uma praga.
   A garota tentou alcançar a faca da cintura mas parou de se debater quando um dos soldados se aproximou mais do que deveria do príncipe, o fogo crepitando entre as mãos. Se ela errasse, Zuko é quem iria pagar.

  Ela ouviu a risada feia de Zhao preencher a sala e precisou morder o canto interno da bochecha para não avançar nele. Hanne não tinha dúvida nenhuma de que poderia fazer aquele velho implorar pela sua vida, e não precisaria ter as mãos livres para isso. Os olhos dela pousaram sobre o príncipe, o dourado dele cintilando com fúria, mas dizendo para não atacar.

  Aquilo era quase uma ofensa.

A general acatou a ordem silenciosa apesar do ego ferido. Ao menos ela se permitiu golpear mais um dos soldados antes de ser atada em uma das pilastras do templo junto com os amigos do Avatar, o garoto e a garota da Tribo da Água.
  Era um pensamento inapropriado devido às circunstâncias, mas Hanne praguejou por não estar com o colar em mãos para devolvê-lo a verdadeira dona.

O olhar dela varreu a sala, procurando saídas ou sinais de uma ameaça maior. Ela provavelmente não deveria ter ficado aliviada quando Zuko foi posto em correntes lado a lado dela, mas ao menos estava perto e poderia manter os olhos nele. Hanne se debateu mais uma vez contra as correntes, tentando se soltar a qualquer custo. Ela fez força até perder o ar, cada músculo de seu corpo pedia socorro e ela só parou quando o polegar de Zuko tocou seu pulso.

  A general olhou mais uma vez para as pessoas da tribo da Água, como se estivesse reconhecendo um aliado ou inimigo em potencial. O garoto não parecia ser muito mais novo do que ela, talvez um ou dois anos. A garota tinha no máximo quatorze anos, a mesma idade que a irmã de Hanne deveria ter agora. Ela não soube o porquê, mas lançou um olhar para eles como se pedisse desculpas por algo que faria no futuro.

  Embora Hanne não tivesse mais muita certeza de que teria um futuro no momento em que as portas do salão sagrado se abriram e a fumaça cobriu a sala. Labaredas de fogo acertaram os homens de Zhao mas o choque não deixou Hanne pensar o bastante para comemorar. Através das chamas, ela não viu o garoto pequeno com sorriso doce que tinha conhecido no barco. Ela via olhos ferozes, uma barba branca longa e um manto escarlate que se arrastava no chão.

Roku.

Hanne deveria ter sentido medo, devia ter se encolhido como todos os outros presentes na sala fizeram, mas não tinha porque temer. Talvez fosse o espírito de soldada indestrutível que ela tinha, a impertinência ou o estranho conforto que ela encontrou no rosto familiar.

𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄𝐍𝐃𝐄𝐑 - ZukoWhere stories live. Discover now