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   Hanne intercalava o olhar entre os dois antebraços, buscando qualquer sinal de queimadura ou diferença na pele, mas não havia nada. Nenhum sinal. É claro que devia ter alguma explicação lógica ─ ou ao menos ela gostava de pensar que sim, porque caso contrário seria mais uma preocupação ─ que ela não tinha tempo nem disposição para investigar. E enquanto não achava nenhuma resposta, achou melhor manter o braço enfaixado para evitar perguntas.
   Ela se jogaria ao mar se tivesse que responder coisas como "mas como você não se queimou?" ou "o que houve com o fogo?"

  E também era uma boa brecha para pegar leve. Hanne não se lembrava de sua última noite de sono decente desde que o Avatar tinha aparecido. Em partes porque alguma coisa sempre acontecia, e em partes porque os pesadelos de Zuko eram suficientes para mantê-la em claro por dias. Ela não era obrigada a ficar de guarda na porta sempre, mas seria mais fácil dispensar os guardas quando a ordem vinha diretamente dela.
    A patente de Hanne não era alta, mas ela era intimidadora e habilidosa o suficiente para conseguir o respeito dos membros da tripulação. E talvez, só talvez ela tivesse ganho uma pequena parcela da confiança de Zuko. Ao menos ele não a expulsava nas vezes em que entrava no quarto dele para verificar se estava bem.
   Mesmo em seus dias de folga, onde ela podia deitar na sua cama e repor as horas de sono perdidas, ela levantava duas ou três vezes no meio da noite e caminhava pelos corredores. Cuidar de Zuko tinha se tornado um péssimo hábito para se ter.
  Primeiro porque eles se odiavam. E segundo porque ela era uma traidora. Hora ou outra teria uma de suas facas cravadas nas costas de Zuko, e aquilo parecia cruel demais até para ela.

  Hanne se fitou no espelho. Quase um metro e oitenta de intimidação e sarcasmo. Armas poderosas nas mãos certas. Os olhos dela eram tão afiados quanto sua língua ou as lâminas que carregava, e assim como as lâminas também tinham um tom de cinza tempestuoso. As adagas estavam expostas em coldres por cima do uniforme, não era uma armadura e isso facilitava no combate e na hora de ser furtiva, mas a cor não era exatamente discreta. Eram as cores do brasão da família dela, bege e uma outra cor que ficava entre o rosa e o vermelho desbotado. Fitas pretas, vermelhas e douradas amarradas nos pulsos representavam a Nação do Fogo, um símbolo da lealdade forçada.
   Ela se apressou para esconder o pingente de lírio branco por baixo da roupa e desceu as mangas do uniforme até que quase todas as cicatrizes estivessem cobertas. Apertou mais os cadarços das botas que iam até a altura do joelho e ajeitou a postura, respondendo em bom som quando a voz de Zuko soou junto de batidas na porta.

𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓𝐑𝐄𝐍𝐃𝐄𝐑 - ZukoWhere stories live. Discover now