Nunca Fui Santa

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Demorei, mas cheguei!
A vida ultimamente anda louca, mas não tanto quanto a repercussão disso aqui. Gente, obrigada por todos os comentários! Vocês fazem isso acontecer! 💋
Um capítulo dedicado as minhas queridas profanadas... obrigada pela insistência.
Nos vemos na próxima semana, com muito apelo.


Meu bem, eu amo você
Te odeio
Vivo neste mondo cane
Cheio de vinho, cheio de sangue


Sabem quando dizem que o fim do mundo vem com avisos? Pois bem — o meu fim do mundo chegou até a minha casa com uma lanterna de telefone na mão, os ombros chuviscados do temporal, e a cara de desespero no rosto, em meio ao breu.

A verdade é que do pouco tempo que eu o conhecia (mais ou menos um mês? Sei lá, bicho), eu nunca vi aquele homem em estado de nervos como vi no breu da porta da minha casa.

Com a sua chegada repentina e desesperada, a minha garganta automaticamente engasgou, as minhas pernas viraram gelatina, e a minha voz tinha sido roubada. Era a pior hora do mundo, no pior lugar do mundo.

Whatever, aquele era o momento de responder os sinais tortos e as linhas brancas.

— Precisamos. Olha, eu vou só colocar uma roup-

— Porra, você me abraçou pelada hoje. Dos males, esse é definitivamente o menor. — me interrompeu, possesso de ódio, já invadindo minha casa com tudo. — É melhor que você tenha whiskey. Sem gelo, 4 dedos.

Atrapalhada, fui até o bar que ficava encostado em uma parede da sala, e servi-o um copo, trocando as pernas e até as bolas que eu não tinha. Era fim de tarde, a casa não estava 100% escura, mas enfim, tinha sua escuridão decorrente do céu cinza de São Paulo, e do toró que caia lá fora.

Voltei esticando a barra da camiseta para o joelho, com os olhos de medo, vermelhos, tensos, nariz escorrendo, cabelo perfeito, para contrastar. Parei em sua frente assustada, esperando que ele falasse alguma coisa. Alguma coisa razoável para os nossos sentidos.

— Você estava chorando.

— Eu? No Way! — disse, fungando nariz. – Peguei chuva, foi isso.

— Você estava chorando. Essa é uma afirmação. Por que você estava chorando?

— Não é da sua conta. – talvez, até que fosse.

— Sei que não é... mas enfim, não foi pra isso que eu vim até aqui. — respondeu, mais calminho, até. — Giovanna, fala pra mim: há quanto tempo você sabe dessa proposta?

— Que proposta, maluco? — respondi, com a voz ficando cada vez mais fina. Eu era uma maricas da pior qualidade.

— Por favor, deixe pra mentir na frente das câmeras, porque isso você faz muito bem. Fora delas, essa sua postura é um horror, não engana nem criança. — Nero conversava, andando de um lado para o outro na casa, totalmente nervoso. — Fala a verdade pra mim. Não mente.

Não existe proposta porque não existe aceite. — fui dura. — Não faço isso, não tenho porque fazer isso. Isso é prostituição das caras pro showbiz, e eu tenho princípios, acreditando você ou não.

Ele gargalhou, parado no tempo, e parecia mais surtado que de costume. Ofereceu o sofá da minha casa como medida de segurança, e me fez sentar, enquanto engula a bebida quente, num gargarejo de matar.

Ainda com a roupa do ensaio, ele sentou no sofá, com pouco espaço entre nós dois, fazendo o classiquéeeeeeerrimo manspreading, que me fez revirar os olhos. Deitou a cabeça no apoio do sofá, expondo seu pomo de Adão como um galo, mãos no rosto, como se cobrisse sua identidade. Depois, deslizadas no cabelo, que com a luz vermelha das velas... parecia tom de ouro.

Sex AppealWhere stories live. Discover now