Parte 4 - Capítulo 25 - O Raiar do Sol

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--PRIMEIIIIRO MINISTROOOOO!!!!--xingava Gracchi esmurrando a porta

--Eu vou morrer...--resmungou Cícero, quase chorando.

A porta se abriu revelando o elmo dourado, escudo circular prateado, lança com ponta de aço e uma armadura de malha chacoalhando pelo tremor do doutor:

--Vamos logo! Todo mundo já está...

--Eu vou morrer...

--...

--Gracchi eu... eu não sou soldado, eu...

--Eu sei...--pôs a mão em seu ombro--...muita gente vai morrer hoje. É por isso que precisamos do Primeiro Ministro conosco. Aram precisa de seu Primeiro Ministro. Venha.

O trabalhista pegou o doutor pelo braço e o arrastou pelo corredor até a área principal da metalúrgica, ainda haviam alguns sacos de carvão ao lado das gigantescas forjas enferrujadas, mas logo se deram com alguns idosos e pessoas no fim da meia idade com arcos e flechas em mãos:

--Vitória, a Aram!--bradou Gracchi. Os arqueiros bradaram de volta enquanto Cícero levantou vagamente o escudo, mais um instinto que uma decisão. 

Em seguida, se encontraram com as cinco linhas de soldados. Em sua vasta maioria, eram adolescentes transbordando dúvidas e arrependimentos pelos olhos com alguns jovens adultos e pessoas com alguma experiência de combate nos flancos. Alguns usavam armaduras completas e enferrujadas de algum tempo passado, outros, usavam um peitoral de ferro ou elmo torto,  a maioria usava a roupa com que haviam chegado.

--Quem é esse cara?--alguém sussurrou enquanto abriam caminho para os políticos

Cinco centenas de olhos agora estavam sobre ele. Sentiu que deveria dizer algo, mas Gracchi se adiantou:

--Heróis de Aram, mais uma vez, não há palavras em nossa ou em qualquer outra língua que meçam uma fração da coragem e determinação que vocês...

***

--Eu nunca pensei que faria algo de bom na minha vida...--pensou o velho guerreiro, na beira do penhasco, vendo o sol tingir os cumes das montanhas de cor--...sem piada, eu realmente, realmente, nunca pensei que faria alguma coisa boa na vida hehehee....--pegou seu barril d'água, virou sobre sua própria cabeça, bebeu tudo que restou no fundo do barril, fez um polichinelo e gritou--Está pronto, Jorge!?

--Grrrrr!!!--respondeu o dragão de escamas negras e olhos dourados

--Então vamos lá!

O guerreiro apertou sua armadura vermelha, saltou sobre a fera, puxou a aresta e o par saltou montanha abaixo, planando justo acima das árvores, cosindo pela linha das árvores...

***

--...E lembrem-se, QUANDO É QUE VOCÊ PERDE!?--gritou Gracchi pondo um punho no ar

--QUANDO VOCÊ DESISTE!!!!--gritou a multidão

Gracchi agradeceu e se pôs em marcha, deixando o Primeiro Ministro Cícero sozinho na frente do exército:

--Então... Eu...

***

--Todos em posição?--disse Argom, olhando a metalúrgica pela janela

--Sim senhor, já estão todos em linha.--disse 75

--E meu cavalo?

--Junto aos meus homens, majestade.--disse Zephyr

***

--Que torre bonitinha!--ele disse vendo uma torre de pedra no meio de um vale

O tempo estava bom, contornou a montanha, planou sobre um rio, avistou as muralhas azuis, puxou as rédeas, a fera e o cavalheiro se ergueram no céu, sua silhueta contra o púrpuro da madrugada:

O Segredo na TorreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora