--Quando soubermos o suficiente e formos capazes de ir e vir sem sermos notados, nós podemos partir para realmente preparar o ataque ao castelo em si, o que nos leva à segunda fase: desinformação. Entendam... seja lá o que esses cretinos forem, demônios, invasores, feiticeiros, que seja, nós não podemos com eles no mano à mano. Isso significa que não podemos simplesmente colocar fogo numa árvore e depois entrar pela janela de trás enquanto eles apagam o incêndio. Vamos morrer....--um frio correu por sua espinha e ela se calou por acidente
--Tá...--disse Hadriana--... mas não é por isso que você fez aquela coisa no escritório? Para que eles pensem que...
--É. Sim. Só que é isso que eu quero dizer: nós queremos usar o fato de que o nosso inimigo pensa que sabe o que nós estamos tramando. Ok. Agora se ponham no lugar do Argom: vocês sabem que os rebeldes...
--O Legítimo Governo da República de Aram!--interrompeu Amis
Ana respirou fundo:
--...Se você sabe que seus inimigos vão usar uma carta falsa, contendo algum pedido absurdo, alguma coisa que com certeza chamaria atenção em condições, normais, o que você também iria esperar? O que eles sempre fazem, inclusive no ataque que eles roubaram a chave, que eles provavelmente vão fazer novamente?
No início, silêncio, então, Augustos levantou a mão e com alguma insegurança, acrescentou:
--Uma distração?
--É exatamente isso que eles esperam que façamos e é exatamente isso que vamos dar a eles. Não só por que é o que eles esperam, mas por que quanto mais certeza eles tiverem que sabem o que estamos planejando...
--...menos preparados vão estar.--disse Cícero, com aquele seu sorriso de admiração--... Deuses, você vai usar a distração, como uma distração!? Hahahaha!
--Mas...--disse Hadriana--... como vamos "contar" a eles o que estamos planejando?
***
16 DIAS ANTES DO ATAQUE:
--Que frio...--reclamou o faixa verde de lança em mãos, parado no meio da rua enquanto carroças, cavalos e pessoas iam de um lado para o outro
--Para de reclamar...--disse o outro faixa verde ao seu lado
--Já percebeu que eles não olham para a gente? Ficam contornando como se não estivéssemos aqui...
--Se concentra, 873! O comandante disse que...
Sem que o colega notasse, 873 abriu os braços e fez como se fosse atacar duas senhoras, que gritaram em pânico e saíram correndo:
--O que você fez?
--Nada. Só montando guarda!--murmurou enquanto voltava à posição de estátua de antes
Os dois permaneceram ali enquanto o Sol tórrido cruzava o céu sobre suas cabeças, quando ouviram um grito:
--SOCORRO! ELES VÃO ME MATAR!--gritou um homem de meia idade, um pouco barrigudo, barba mal feita, roupas novas, porém sujas, correndo por entre a multidão.
Os dois guardas imediatamente saíram de onde estavam, mas mal deram um passo quando alguns aramitas armados apareceram pela mesma esquina:
--POR FAVOR, EU NÃO QUERO MORRER!--se atirou aos pés dos imortais enquanto uma flecha voava por cima do seu torço e se alojava na barriga do 873
--Filha da égua!--873 arrancou a flecha e arremessou contra a arqueira que se atirou ao lado
--Orishat!--gritou Oliwia, se pondo novamente de pé e correndo pela esquina enquanto os demais "atores" a acompanhavam
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O Segredo na Torre
ActionOs muros caíram. Um exército de imortais caminha pelas ruas da cidade. Sem opções ou tempo, o último Guardião da República e uma ladra sem escolhas precisam unir forças para invadir a fortaleza mais segura do mundo, descobrir o segredo dos invasores...