Capítulo 17: Uma Pausa

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Existe uma magia no toque da água, redentora natural, levando o indesejado e deixando uma estranha sensação de melhora, mesmo quando nada mudou:

--Frio!--ela disse, com a ponta do pé na banheira--...Vamos lá: 1, 2, 3...

Mergulhou. Absorveu o choque térmico. Fechou os olhos. Esticou as pernas. Reclinou a cabeça. Fechou os olhos. Saboreou a sensação de leveza, frescor, descanso, aproveitando cada minuto...

"Vem, vem, vem meu amor

Entregue-se sem pudor"

--Música de violão--ela disse, franzindo os olhos violentamente.

"Nua, você é a perfeição mais pura

E eu estou aqui para te amar, agora e sempre, com ternura."

Ela tentou ignorar, pondo os dedos nos ouvidos e se concentrando na água contra sua pele:

"Se o seu marido não te aprecia

Podexá, que eu sei o você precisa"

Saiu da água, se vestiu e abriu a porta:

--Vocês não sabem cantar sobre outra coisa, não!?!?

--Já não basta usar minha água e meu sabão...--disse Hadriana, pegando outra uva do casco e colocando na boca--...ainda quer dizer o que eu posso ou não ouvir na minha própria casa!

Incluindo o que estava com o violão em mãos, eram quatro seguranças, nos quatro cantos do corredor enquanto Hadriana jazia esparramada no sofá à frente da porta do banheiro, vestido vermelho grosso e conservador, casco de uvas numa mão, documentos na outra:

--Não me importo que cantem, só... URGH!!!!

--E sobre o que vocês cantam em Hisam?

--Sei lá! Os deuses! Festa, comida! Tudo tem que envolver a esposa botando o chifre em alguém?

--Ah qual é!?!?!?--disse o segurança com o violão--...não vai dizer que é não divertido!

--Realmente, nunca sai de moda.--acrescentou a mascate

--Deuses... afinal de contas, o que estão fazendo aqui na porta do banheiro?

--Garantindo que tudo que continue em seu lugar.--voltou seus olhos para o documento em suas mãos e estalou os dedos. Um dos seguranças entrou no banheiro e começou a contar os pertences enquanto os outros três ficavam de olho na hisamita

--Ué, perdi a música?--disse Oliwia, aparecendo pelo corredor, olhando ao redor e compreendendo o que se passava--...Hadriana, se você entrasse no rio com um punhado de sal na mão, você saia do outro lado com a mesma quantidade de sal.

A mascate a encarou com um sorriso:

--Eu fiz isso uma vez! MÚSICA!

Ela estalou os dedos, o violão voltou a tocar, a selukita revirou os olhos e chamou a hisamita, que a acompanhou, parando apenas para olhar Hadriana uma última vez: "Um dia, eu vou ser que nem você." ela pensou, imaginando divertidamente seu próprio castelo. Não seria tão opulento, nem tão grande, mas seria dela:  "Com um jardim bonito e guarda costas bonitões que nem os dela". Foi esse último pensamento que lhe chamou a atenção, já que, de fato, os guarda costas não eram apenas jovens, como bonitos de rosto.

Chegou à conclusão óbvia, visualizou dita conclusão, fez uma careta horrível:

--Que que foi?--disse Oliwia, enquanto as duas atravessavam o longo corredor verde, lotado de quadros à óleo

O Segredo na TorreWhere stories live. Discover now