Capítulo 11: Democracia

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--Tudo bem!....Eh....Digo, tudo bem! --limpou a garganta, se concentrou--...O Parlamento está em sessão. Filhos de Aram, eu pergunto: quando você é derrotado?

--QUANDO VOCÊ DESISTE!--repetiram todos em uníssono

--Vamos nos sentar...--foi quando notou que não haviam cadeiras na sala--....no chão. Todo mundo se sentando no chão. Vamos, pessoal!

Segundos mais tarde; o último guardião da república, sua esposa, o Primeiro Ministro, os representantes das Ligas Trabalhistas, a comerciante mais poderosa da maior cidade do mundo, uma ladra hisamita e um carteiro (Augustus se não ficou claro) estavam sentados de pernas cruzadas no chão numa forma vagamente oval:

--Eu... eu acredito que todos já estão familiarizados com quem é nossa convidada. Certo?--todos acenaram a cabeça, Augustus (para frustração e vaidade de Ana) com mais intensidade que os demais--...Ótimo, bem...Ministro da Defesa! O que nos diz?

Amis lançou-lhe um olhar de: "Sério?" por um ou dois instantes antes de, com alguma dificuldade, acertar o corpo e dizer:

--Senhores e...--engoliu a seco a pontada no pulmão--...senhoras. Eu acredito que estamos em posição de agir e a hora é agora. O líder do inimigo estava em Hisam quando eu e minha companheira saímos da cidade e acredito que tenha permanecido lá por pelo menos algum tempo após nossa saída. Isso nos dá uma janela de...

--Me desculpe mas eu descordo...--disse Hadriana. Amis ficou em silêncio, esperando que o Primeiro Ministro interviesse sem nem perceber que o doutor estava curioso demais pelo que Hadriana ia dizer para se lembrar de seu posto--... depois da sua expedição o inimigo enviou um pombo correio informando da sua chegada. Nossas fontes confirmam que a fortaleza foi reforçada e isso nem contar com a pergunta básica. 

--Que seria?

--...Como sabemos que ela vale o investimento?

Silêncio. Mas não do tipo reprovador, ou surpreso. Não. Era daquele silêncio estratégico, de quem quer ouvir a resposta mas também não quer fazer a pergunta, do qual o guardião tinha vasta experiência e foi com base nessa experiência que ele simplesmente olhou para Ana e disse:

--Senhorita Mastos, pode devolver minha espada?

Ana sorriu de leve e tirou do casaco o relógio do Primeiro Ministro, depois a escova de prata, os maços de folhetos e por fim, a espada de Amis:

--Fantástico! Simplesmente fantástico!--disse o doutor batendo palmas de boca aberta

--Ah!!!, sua meretriz!--gritou a mascate se adiantando sobre a hisamita

--...--disse o trabalhista parado em seu canto

--Deixa que eu pego.--disse Oliwia se levantando.

--Eu acredito que isso resolve a situação.--disse Amis ignorando outra pontada no pulmão--...Dito isso, devemos atacar ainda essa noite.

--O QUE!?--gritou Ana, pegando a sala de surpresa--... Vocês estão malucos!?

--Por que?--disse Gracchi--... faz todo o sentido. O líder do inimigo ainda está fora da cidade. Se atacarmos hoje, talvez consigamos expulsá-los antes mesmo dele chegar.

--Prenderíamos ele do lado de fora!--completou a mascate--...Eu voto que sim.

--Me parece bom...--disse o Primeiro Ministro, para o horror do já horrorizado Amis

--Vocês tem cocô na cabeça!? SÉRIO!? Não é assim que a banda toca!

--Mas por que? É como o Gracchi disse, se atacarmos hoje...

O Segredo na TorreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora