Doh Kyungsoo e o Alto Rei Elfo

1. O vazio de Doh Kyungsoo

Notas iniciais:

Motivo do atraso: Adicionei uma cena e tive que mudar todo o cap kk

Não levem tão a sério os termos referentes à vida militar, misturei umas coisinhas presentes em nossas forças armadas e outras da força aérea coreana.

Obrigada à todos que comentaram e e favoritaram a fic.

Espero que gostem, bjs.

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Com os olhos semicerrados, Kyungsoo encarava a água escorrer entre seus dedos, perdido entre a breve sonolência e o cansaço. Ao escutar o início do toque da alvorada, um suspiro escapou de seus lábios enquanto, juntava as mãos para recolher a água e molhar o rosto.

Mais uma noite se passou sem conseguir dormir, como tantas outras que teve desde que se entende por gente. Estava há trinta horas sem conseguir descansar, toda vez que fechava os olhos acordava assustado, sem conseguir lembrar do pesadelo, ficava apenas uma sensação de angústia.

Não gostava de recorrer aos remédios, apenas em situações extremas como aquela. De qualquer forma, a rotina regrada da aeronáutica ajudava a manter, mesmo que minimamente, o sono.

Estranhamente o remédio não surtiu efeito naquela noite. Kyungsoo lutou para adormecer e, quando finalmente sentiu-se à beira de um pequeno cochilo, se assustou com o espasmo hípnico — aquela perturbadora sensação de queda seguida de um rápido aumento dos batimentos cardíacos.

Tinha um único voo naquele dia. Por algumas poucas horas seria copiloto no transporte de materiais até Jeju, por isso achou que um café da manhã bem reforçado talvez ajudasse a não parecer sonolento na frente de seus superiores.

[...]

— Doh, você terá que me substituir hoje. Recebi ordens de levar o General até Seul. — Capitão Kang disse apressadamente ao entrar na sala de espera.

Kyungsoo, que estava conferindo seus itens na bolsa, se posicionou para receber seu superior com uma continência.

— Sim senhor.

— Temos uma alteração no trajeto, não é nada demais — comentou, aproximando-se da cafeteira para pegar um pouco de café. — O Primeiro-Tenente Kim irá fazer o transporte dos materiais e você levará os novatos de Incheon para a base em Bangkok; na volta pegará um grupo de oficiais em Gwanju.

Piscando rapidamente para manter os olhos bem abertos, Kyungsoo sentiu sua respiração falhar um pouco ao ouvir sobre a alteração da rota. Ele havia presumido que voaria por menos de duas horas e já tinha todo um plano traçado para ir à enfermaria quando retornasse, buscando algo mais forte para forçar seu corpo a descansar.

— Sim senhor! — respondeu, tentando manter a voz firme, embora nada passasse despercebido pelo Capitão.

— Primeiro-Tenente Doh, está tudo bem? — perguntou, avaliando rapidamente seu subordinado. Seus olhos percorreram todo o corpo do homem à sua frente para ver se encontrava mais alguma anormalidade, além da linguagem corporal levemente estranha em que ele se mostrava.

— Sim senhor, tudo em ordem, senhor!

Kang pegou seu copo de isopor com o café e tomou um gole do líquido quente, como se a temperatura não o afetasse.

— Nos vemos em dois dias. — Com outro gole, esvaziou o copo e o jogou no lixo. Kyungsoo prestou continência mais uma vez e o acompanhou até a saída.

Calculando rapidamente, percebeu que passaria um pouco mais de oito horas voando até voltar para casa. Após fechar a porta, o piloto correu para procurar um dos outros remédios que tinha, desta vez um para manter-se alerta. Sem querer aprofundar seus pensamentos em coisas que não aconteceram, levou a pílula até a boca e engoliu, torcendo para ter uma viagem segura.