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Era domingo.

Eu estava sentado sobre a grama verdinha e apoiado contra uma grande árvore junto de uma almofada para evitar dores futuras em meu lombar.

O sol estava forte, mas não ardente.

Era aquele acompanhado de uma leve ventania que balançava as folhas das árvores em uma dança lenta e lhes levava para longe no ar até pousarem com leveza sobre o chão.

Eu estava atentamente focado no Heteropteryx dilatata de tamanho mediano pousado na palma da minha mão.

Mais conhecido como Bicho-pau malásio.

O corpo verde com pintas acastanhadas era perfeito para a camuflagem, lembro-me que eles estavam classificados como um dos insetos mais estranhos do mundo, seu corpo era fino e cumprido.

Realmente parecia um graveto.

E embora tivesse asas, ele não podia voar.

Em um suspiro ergo minha mão até a árvore em que eu estava apoiado voltando o pequeno inseto para seu habitat.

Retomando para a posição confortável em que estava, encaro o vasto campo verde que era a casa do meu progenitor.

De todas as coisas que eu mais amava no mundo, a casa de campo do meu pai entrava para lista, gostava de como tudo era calmo e rodeado de natureza.

O rouxinol tinha um canto realmente bonito.

Ainda era cedo, penso que fui o primeiro a levantar da cama naquele manhã de domingo, queria aproveitar o meu último dia nesse lugar maravilhoso já que amanhã precisaria voltar em Seul por conta das aulas.

Infelizmente.

Depois de muita insistência e sermões por parte de minha progenitora, eu finalmente havia conseguido visitar meu pai, eram poucas as vezes que eu podia ver ele, minha mãe não aprovava e meu pai preferia não se intrometer.

Ele achava que nem mesmo direito como pai ele merecia.

Eu podia ver o sentimento de culpa carregado em seus olhos toda vez que ele olhava para mim, embora eu dissesse que estava tudo bem e que ele não tinha culpa de nada.

Há coisas que nós simplesmente não temos o poder de controlar.

Fugindo dos meus problemas familiares, volto minha atenção ao livro que lia naquele momento.

"O anjo"

Contava a história de um serial killer que vinha tirando a vida de vários inocentes no ano de 1971 por pura diversão.

Não é o meu gênero favorito, mas é bom.

— Taehyung! — Tiro minha atenção do livro e encaro ao longe o homem amorenado que acenava para mim com um sorriso tímido no rosto — Venha comer, o café está pronto — Fala alto.

Sem querer fazê-lo esperar muito, me levanto da grama que pinicava meu bumbum e sem esquecer de pegar a pequena almofada junto do meu livro vou em direção a Nash que estava parado na porta.

— Bom dia — O saúdo baixo fazendo uma pequena reverência vendo-o fazer o mesmo de forma desajeitada e envergonhada.

— Seu pai está chamando — Coça a nuca tendo seu olhar direcionado ao livro de capa avermelhada — Vejo que está gostando — Aponta.

— Ah sim, estou realmente gostando, não faz o meu estilo, mas é muito bom — Falo acompanhando o mesmo até a cozinha — Obrigado mais uma vez Nash.

Libélula Azul {TAEKOOK}Where stories live. Discover now