CAPÍTULO 4

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O caminho até a Corte Primaveril demorou mais do que o esperado.
Dois dias inteiros e a besta não me deu nenhum alimento.

Ele poderia ter nós atravessado até a Corte. Mas, resolveu se exercitar.

Sono, eu estava com sono.

A propriedade estava exatamente como eu me lembrava.

O leve odor de magia chegou até as minhas narinas, uma para o feitiço que fazia a estação da primavera permanecer inalterada e outra para esconder as pessoas da minha visão.

Essas pessoas trabalhavam ali, observando-me com atenção. Todos com máscaras em seus rostos.

Deve ser alguma moda em Phythian.
Usar máscaras de ouro e pedras preciosas apenas para terem um acessório a mais para colocar em seus rostos.

Olhei para o jardim, o lugar onde os meus dois dançarinos haviam dançado sem parar. O jardineiro me observava com atenção.

— Ela deve está encantada com a beleza do jardim. – disse o feérico com os joelhos sujos de terra.

— A humana deve está assustada demais para isso – sussurrou outra. – Deve está pensando por onde correr para se ver livre.

Quando fiquei perto o bastante da bases da escadas. Desci a da égua branca, fiz um carinho singelo nela e passei pelas portas abertas.

Aqueles corredores eram como um tabuleiro de xadrez, quando vim aqui pela primeira vez, eu saltitava pelos corredores pisando apenas nos mármores brancos, como se as negras fossem um buraco em direção ao inferno.

Um grunhido baixo tirou-me dos pensamentos. O grunhido chocalhou alguns vasos de plantas que estavam nas mesas do corredor.

Entrei na sala. Observando cada pequeno lugar.

Aqui antes era a sala de estar. Não a de jantar. Observei o feérico se transmutar de fera para um macho e se sentar em um impulso rápido na cadeira.

Um macho de cabelos dourados.

Usando uma máscara exótica, dourada com esmeraldas e com formato de redemoinhos e folhas.

— Você deveria comer alguma coisa — disse ele. Diferentemente da elegância da máscara, a túnica verde-escura que o feérico usava era bastante simples, acentuada apenas por um boldrié de couro sobre o peito largo.

A máscara e as vestimentas não batiam.
De certa forma, parecia uma criança que havia ganhado um jóia e a usava em toda e qualquer ocasião.

Andei lentamente até ele. Observando o olhar dele sobre mim, esperando que eu vacilasse em casa passo.

Puxei a cadeira e me sentei.

Passos controlados soaram pelos corredores e pararam por um pequeno momento antes de entrar. Ficando parado como se estivesse esperando uma ordem.

— Eu poderia saber o nome do meu sequestrador antes de desfrutar de sua comida ? – perguntei colocando a mão no queixo.

Uma risada menos que um sussurro soou dos corredores.

— Coma – ordenou o feérico em um grunhido, bruscamente, gesticulando com a mão enorme para indicar toda a comida.

Peguei o vinho da mesa e enchi o meu copo. O gosto adocicado envolveu a minha língua em um gesto familiar.

O macho loiro me observou com fascinação enquanto eu colocava a comida no prato dourado.

— Meu carcereiro não me dará a honra de uma resposta ? – eu disse em um sorriso educado enquanto cortava a carne.

ACOTAR- Corte de feitiços e rosasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora