CAPÍTULO 8

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Observei as portas do salão, como isso aconteceu? Ela era uma bruxa, não humana. Eu senti até mesmo o cheiro do medo dela no dia que fui para a Corte Primaveril.

Feyre iria se aliar a Amarantha ou matá-la ? A dúvida estava me sufocando. Era como se as paredes da montanha estivessem ficando cada vez menores. Suspirei em desalento, escutando os murmúrios.

— Não tem como sair da Sob A Montanha – mumurrou um guarda com um olhar desesperado. – Há uma barreira em cada maldita passagem, não tem como sair.

— Nem mesmo atravessando, a minha mão parecia ter sido queimada quando toquei na barreira.

Coloquei as mãos nos bolsos fingindo tranquilidade. Ela havia chamado Lucien de amigo, e não havia deixado nem mesmo os ossos para que a família enterrasse.

Ela descobriu que Brutius estava tramando contra Amarantha apenas estando no mesmo cômodo e o transformou-se em um maldito passarinho azul. Feyre parecia está se aliando a ela, não fazia sentido.

Amarantha morria de medo dela.
Então, isso significaria que Feyre poderia arrancar a cabeça dela a qualquer momento. Céus, ela poderia ter arrancado a minha.

Minha parceira, será que ela me ajudaria a me libertar se eu contasse que sou o seu parceiro ou se banquetearia em meu sangue.

Feyre era muito bonita, como as histórias contavam, eu não sabia o quanto eu odiava aquele fato. A parceria poderia acontecer a qualquer momento, merda.

Balancei os meus cabelos.

Attor foi chamado na sala do trono. Andou até lá com hesitação, lentamente, como se apreciasse cada momento que estivesse longe da bruxa. Ele teve sorte, visto que ele foi um dos guardas que foram mandados procurar Clare.

O que a achou ainda está deitado no chão.

Ele engoliu seco antes de abrir as portas duplas e fechar atrás de si. Demorou alguns segundos e Attor retornou com Feyre em seu encalço. Havia alguma diversão no olhar dela, vendo a forma que Attor tremia por apenas está a uma curta distância perto dela.

Os passos dela eram silenciosos, mais silenciosos do que o de Azriel. Os seus cabelos castanhos-dourados estavam quase na cintura. O cheiro dela era enibriante, como uma canção que estremecia os meus ossos caso eu escutasse apenas a melodia.

— A rainha mandou que entrassem – ralhou Attor antes que dobrasse no primeiro corredor.

A multidão entrou tão silenciosamente quanto tinham entrado. Amarantha estava acomodada no trono, não havia medo em suas feições. O rosto dela estava levemente alegre, fiz o meu melhor para não demostrar a minha insatisfação.

Havia uma flecha próximo a sua cabeça, fincada na parede, ela pareceu não se importar. A garganta dela estava levemente vermelha, marcas de dedos e um leve aranhão decoravam o seu pescoço, como se alguém estivesse apertado com força.

— Não irritem a bruxa – fora a única coisa que Amarantha ordenou e depois dispensou a todos.

Ela olhou de relance para mim e observei a ordem silenciosa de seu rosto.

Amarantha queria que eu fosse para o quarto dela.

Suspirei e fui imediatamente para lá, a magia contorcia dentro de mim. Obrigando-me a fazer isso, mesmo que não fosse necessário.

Fiquei quieto deitado na cama, odiando aquele lugar. O cheiro dela estava em cada maldito lugar. Pela mãe, eu não queria fazer isso, não com ela aqui.

A audição de Feyre era superior a minha, ela provavelmente escutaria os barulhos que eu reproduziria quando estivessem com Amarantha.

Dos barulhos clamando por Amarantha como se gostasse, apreciasse.

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