Médico: Ranran. - O Dr. pigarreou, fazendo nós se afastar. - Desculpe te enganar, mas não podíamos negar um pedido tão inusitado como esse. - Ele deu um sorriso curto, mas logo continuou. - Ele está bem.

Anna: Bem? Mas os exames estão bons? Não tem nada de errado?

Médico: Nada. Está tudo ótimo com ele. - Me garantiu.

Anna: Mas eu percebi que o senhor estava preocupado, então eu pensei em várias coisas. - Expliquei, me aproximando mais do médico.

Médico: Sim, e ainda estou preocupado, porque não é todo dia que presenciamos um milagre. - O Dr. Olhou para Filipe. - Senhorita Dias, entenda; em todos anos de trabalho eu nunca vi alguém ficar por tanto tempo em coma e acordar como se estivesse apenas tirado um cochilo. Os exames neurológicos dele estão bons, os cardiológicos também. Saturação ótima. O ferimento da bala está com uma cicatrização excelente, e sem contar que ele não perdeu nenhum movimento do corpo. Geralmente os pacientes que ficam muito tempo em coma necessitam de fisioterapia, pois podem perder um pouco dos movimentos, e até mesmo fala, mas ele está com todas as funções ótimas.

Anna: Que merda! Seria de grande ajuda se ele ficasse sem falar, ele é muito chato. - Brinquei rindo.

Ret: Ei!  - Protestou, mas rindo também.

Médico: Vou atualizar o prontuário dele, e daqui a pouco eu retorno. - O médico falou e antes de sair chamou-me atenção. - Senhorita Dias já pode ligar para seus familiares. - E saiu.

Esperei que o médico fechasse completamente a porta e me virei pra Filipe, o abraçando com mais força.

Anna: Eu fiquei com muito medo. Fiquei com medo de que você morresse. - Confessei, com a voz um embargada pelo choro contido.

Ret: Agora estou aqui, morena. - Ouvi a voz dele estava me causando uma sensação nova, inebriante, algo que não consigo explicar em palavras.. - O médico disse que você não estava sozinha. Cadê a minha mãe? - Questionou, me olhando nos olhos agora.

Antes que eu possa responder dona Vanda adentra ao quarto totalmente desesperada, me afasto do filho dela dando espaço para que ela possa abraça-lo e conversar com ele.

Vanda: Oh meu filho... - Segurou seu rosto chorando. - Estava com tantas saudades, tive medo de perde-lo. - O abraçou apertado.

Ret: Eu estou aqui mãe. Estou aqui com a senhora. - Abraçou ela também.

Anna: Eu vou ligar pro pessoal. - Avisei me afastando.

Os dois continuaram conversando, e me afastei por completo para poder fazer as ligações.

(...)

O pessoal estava todo reunido. Foi difícil convencer o médico a deixar todos entrarem no quarto, o importante é que deu tudo certo. Filipe sorria e fazia gracinhas com o pessoal, principalmente com a Bella.

Nem parecia que fazia algumas horas que saiu do coma.

Bella: E quando você vai receber alta? - Perguntou curiosa.

Anna: O médico não avisou ainda, mas provavelmente em breve.

Ret: Eu espero que seja logo, oh comida ruimzinha que eles servem aqui viu. - Fez careta.

Cabelinho: Nam, é muito ruim mermo. - Falou rindo.

Cobra: E como você tá se sentindo? Dor? - Perguntou ao Filipe.

Ret: Papo reto, sinto umas dorzinha aqui e ali, mas o médico disse que era normal pelo tanto de tempo que fiquei na mesma posição. Ele disse que minha saúde tá ótima. - informou.

Crime perfeito - RetannaWhere stories live. Discover now