Capítulo 41

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Anna Estrella ✨

Já faz meia hora que estou no consultório da dona Dilma Barro. Ela me fez algumas perguntas básicas e respondi o que conseguia. Como ela mesma disse, com um tempo vamos desenvolvendo isso. Ainda não estou 100% pronta para se abrir logo de imediato.

Dilma: Quer me contar como está se sentindo sobre cada uma dessas coisas? Peço que seja sincera, principalmente consigo mesma. - suspiro, ciente de que mesmo que eu não fale de uma vez, ela dará um jeito de tirar tudo de mim.

Comecei a contar aos poucos sobre as coisas que já me aconteceram, as coisas recentes e passadas. Não é fácil relembrar de tudo que passei, ainda tenho pesadelos e mesmo que tente seguir em frente ainda tenho a imagem clara das coisas que aquele homem fazia comigo.

Contei como era a minha relação com os meus pais e em como estou me saindo nesses últimos meses. Ela apenas escutava, dava alguns conselhos e anotava tudo.

No final da consulta ela me parou e me olhou enquanto dizia seguidamente.

Dilma: Na nossa próxima consulta, quero explicar pra você com que tipo de terapia vamos trabalhar, ok? - Indagou. Assinto. - E sobre o Filipe? Você e o Filipe?

Anna: É complicado, ele é meio bipolar e não sabe se controlar muito. Mas isso não muda o fato dele não ser de todas, sempre está com uma diferente. 

Dilma: E você sente ciúmes? - Sonda, interessada.

Anna: Não! Eu... Eu só não entendo porque ele é assim comigo, se fica com outras. - Expliquei.

Dilma: Se você me contou sobre ele é porque deve estar sentindo algo, gosta do que tem com ele?

Anna: Sim... - Mexo na minha mão, enquanto a respondo.

Dilma: Certo, agora me conte, você me disse que ele fica com várias por ser solteiro, mas mantém algo com você e fica louco quando o irmão se aproxima. Mas você realmente de fato já viu ele com algumas garotas?

Parando pra pensar, a única menina que vive atrás dele é a Luisa, fora isso nunca vi ele com outras mulheres. Mas isso não quer dizer que ele não fique com elas, eu não passo 24 horas do meu tempo grudada nele.

Anna: Eu nunca vi ele com outras mulheres, mas... Tem uma menina que vive atrás dele e já tivemos um desentendimento. - informei.

Dilma: Então porque afirma tanto que ele vive com outras? Já parou pra pensar que ele esteja só com você? - Indagou.

Anna: Não... Eu nunca pensei nessa possibilidade, até porque nunca esperei nada vindo dele.

Dilma: Você gosta dele?

Desviei o olhar por um momento sem conseguir responder essa pergunta. Eu gosto dele? Na verdade, eu não sei... Tudo é meio confuso e complicado. Mas sinto coisas estranhas quando se trata dele, isso deveria ser algo?

Anna: Eu não sei... Mas sinto coisas que me faz pensar bastante nisso.

Dilma: Que tipos de coisas? - Quis saber.

Anna: Ah sei lá... - suspiro. - eu fico nervosa quando ele está por perto, as vezes me sinto bem na sua companhia. E tem vez que fico boba pelas coisas fofas que ele me diz, a nossa relação no início era ruim mas ele mudou comigo e me trata super bem. E por alguma razão meus sentimentos mudou por ele também.

Ela assentiu e se ajeitou na cadeira, com as pernas cruzadas. Bebeu um pouco de água antes de prosseguir.

Dilma: Você sente frio na barriga? Como se tivesse borboletas dançando em sua barriga? Você pensa sempre em pequenas coisas e momentos que te fazem lembrar dele? - Suas perguntas me deixava confusa e até surpresa, porque era exatamente essas coisas estranhas que acontecia.

Mas como ela sabia...?

Anna: Sim... Mas não entendo.

Dilma: Você deve estar na fase da negação, por conta das coisas que você passou, você se nega acreditar que está sentindo algo por alguém. Uma coisa nova está acontecendo com você e isso te deixa espantada e aflita. Nunca sentiu isso por ninguém, Anna? - A sua especialidade nisso me deixa até impressionada, mas sei que isso é seu trabalho e obviamente ela saberia de muitas coisas.

Anna: Não! Eu nunca prestei atenção em outros homens com medo do que meu pai poderia fazer. - Minha atenção era em um lugar fixo atrás dela.

Saber que essas pequenas coisas podem ser sentimentos que tenho pelo o Filipe me deixa bastante atordoada. Não que isso seja ruim, o Filipe apesar de ser idiota é uma pessoa boa, mas o problema é que tá... Eu posso fazê-lo feliz? Ou melhor... Ele se sente como eu?

São perguntas que não tenho a resposta, mas não quero pensar nisso por agora. A Senhora Dilma me fez mais algumas perguntas antes de finalizar a sessão. Com uma despedida de sorrisos, eu fui para casa com isso na cabeça.

(...)

Ret: É uma surpresa pô, não seria uma se eu te contasse. - Falou enquanto dirigia.

A gente tinha saído a alguns minutos e ele não falou exatamente aonde a gente iria.

Anna: Estou curiosa. - Mexi minhas pernas um pouco inquieta. - Você pode sair do morro depois de uma invasão?

Ret: Não. Mas o Cabelinho tá cuidando disso pra mim, relaxa. - Ele me olhou brevemente enquanto dizia.

Apenas assenti com a cabeça e tentei acreditar nele, é bastante perigoso ele sair assim, principalmente pelo o fato do morro vizinho está atrás da cabeça dele. Mas se ele disse que está tudo bem, a única coisa que posso fazer é acreditar.

Anna: É tão longe assim? - Questionei, arqueando as sobrancelhas.

Ret: Não, é bem perto do morro.

Assenti com a cabeça e liguei o rádio, logo passando uma música aleatória e desconhecida. Não tinha nada mais pra fazer, tenho que esperar até chegarmos aonde o Filipe quer me levar.

Em alguns minutos reconheci a praia que a gente tinha vindo alguns dias atrás, só que com pouco movimentação pela a hora que é. Arqueei as sobrancelhas um pouco confusa quando ele parou em um ponto e me olhou.

Anna: É Aqui? - Indaguei, curiosa.

Ret: Sim, pô. Tem uns restaurantes essas horas que é mó bom, vamos lá? - Perguntou antes de sair do carro.

Sai também e fechei a porta me aproximando dele que prontamente pegou minha mão. O olhei mas não questionei enquanto deixava ele me guiar até o tal restaurante.

Anna: Então a gente vai jantar fora? - Sorri, sentindo alguns anéis da sua mão.

Ret: Sim, essa é a intenção. Depois vamos ficar mais um pouco aqui na praia. - devolveu meu sorriso.

Anna: Então tá bom, eu gostei.

Ele sorriu pra mim e continuamos a andar, tive que tirar os meus tênis, não sabia pra onde a gente iria então coloquei uma roupa bem simples com tênis. Uma calça jeans e um cropped preto.

Anna: Não tou com uma roupa boa pra essa ocasião.

Ret: É... Eu deveria ter dito pra ir com um vestido ou um short. - Coçou a nuca, sorrindo. - Pelo menos não tá mostrando as suas pernas, né?

Rapidamente o olhei e arqueei as sobrancelhas entendendo o que ele quis dizer.

Anna: Você é muito esquisito, me trás em uma praia sabendo que o que mais tem são pernas, bundas e seios pra tudo que é lado. - Dei de ombros.

Ele ficou pensativo por um tempo e teve que concordar, o que me fez prender um riso. Que idiota.

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Próximo capítulo na visão do Filipe ♥️
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Crime perfeito - RetannaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora