🩺 prólogo 🐂

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                   Coreia do Sul
                       2022;   

Jimin

Enquanto olhava pela última vez para os brinquedos e os pequenos vestidos da Yumi, que ela tanto adorava, sentei-me na sua cama, segurando um de seus vestidinhos fofos.

—  Papai, papai, não deixe seu chá esfriar, shiii! – a vozinha doce ecoou pelo quarto, seguida pelo assobio da chaleira de brinquedo. Ela sorria, servindo-me chá das folhas mais finas da imaginação, numa cerimônia onde o amor era o convidado de honra.

— Obrigado — falei com um sorriso, tomando um gole do chá e erguendo o dedinho, como é de costume.

— Sabe, papai, eu realmente admiro o senhor. Quando eu crescer, quero ser médica, assim como você, para poder salvar vidas. O senhor é meu herói, mesmo sem usar uma capa! – ela disse, sorrindo e me dando um abraço carinhoso.

—  Ah...

—  O senhor poderia me contar uma história de princesas, ou podemos fazer brigadeiros para quando o pai chegar? Ele ficará feliz. –  Ela sorriu, pegando minha mão e me puxando para a cozinha.

— Meu amor, calma, assim você vai derrubar o papai da escada.

— desculpas!

— Mas antes, deixe-me amarrar este cabelo; em poucos dias, estará tão longo quanto o da Rapunzel.

— Meus cabelos serão mágicos como os dela, e usarei para salvar pessoas! — ela falou animada, jogando os cabelos para trás. — Mas, Papai, eu também quero ser um anjo para poder cuidar de todos.

— Mas, meu amor, você sempre foi o meu anjinho, o sol que ilumina minha existência, a princesa encantadora que reina soberana no meu coração! — E com um beijo carinhoso, afaguei sua bochecha macia e rechonchuda.

Assim que começamos, Yumi tomou conta da cozinha com suas palavras animadas e sua empolgação contagiante. Ela estava no auge dos seus cinco anos, mas agia como uma chef experiente. Pegou a colher de pau com determinação, pronta para mexer a mistura de leite condensado e chocolate.

Enquanto eu preparava os ingredientes, Yumi fazia questão de contar cada passo para mim, como se estivesse me ensinando algo novo.

— Papai, você tem que mexer bem para não grudar no fundo da panela. – ela disse, com sua vozinha doce cheia de entusiasmo.

Enquanto o brigadeiro cozinhava lentamente, Yumi pulava igual a um coelhinho ao redor da cozinha, sua risada ecoando pelas paredes. Ela estava totalmente imersa no momento, e eu não pude deixar de sorrir ao vê-la tão feliz.

Quando finalmente chegou a hora de enrolar os brigadeiros, ela mergulhou as mãos na massa com uma alegria incontrolável. Formamos bolinhas de chocolate, algumas um pouco maiores do que outras, mas todas feitas com amor e diversão.

Sentados à mesa, comemos os brigadeiros ainda mornos, lambuzando os dedos e rindo das caretas que fazíamos quando o chocolate grudava nos lábios. Ela estava radiante, com o rosto sujo de chocolate e os olhos brilhando de felicidade...

À medida que a tarde dava lugar ao entardecer, percebi que esses momentos singelos, preparando brigadeiro de panela com minha filha, eram os mais valiosos. Não apenas saciavam nossa vontade de doces, mas também preenchiam nossos corações de amor.

A noite caiu e, com ela, a dor de ouvido de Yumi tornou-se insuportável. Ela chora, e eu me sinto perdido, procurando desesperadamente algo que possa aliviar sua dor. Ela frequentemente sente dor de ouvido, mas é pior quando o clima esfria.

Amor em Oito SegundosOnde histórias criam vida. Descubra agora