Na deslumbrante Roma, nos anos 1950, onde os segredos se escondem nos becos escuros e as máscaras ocultam as verdadeiras intenções, surge uma história de amor, traição e morte entre Lorenzo Rossi, um jovem artista talentoso e atormentado, e Vicente...
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Vicente despertou de seu sono, encontrando Lorenzo de costas para ele. Um sorriso suave se formou em seus lábios ao relembrar da noite anterior. Com cuidado para não acordar o rapaz, ele se ergueu um pouco e começou a beijar suavemente as costas nuas dele. Percebendo que ele estava em um sono profundo, decidiu deixá-lo descansar um pouco mais.
Se sentando na cama, ele viu a bagunça de roupas espalhadas pelo chão. Calçou suas pantufas e vestiu sua calça xadrez preta com um roupão vermelho de seda. Vicente decidiu deixar aberto mesmo. Antes de sair do quarto, ele pegou um de seus roupões para Lorenzo, ele pegou um preto feito de algodão. Ele estava louco para ver o pintor vestido com roupas escuras. Deixando a peça dobrada ao lado do pintor, ajeitou o quarto e saiu, indo em direção à cozinha.
Meia hora se passou e Lorenzo despertou. Se remexendo suavemente na cama, apalpou a cama, procurando por Vicente. Não o encontrando, ele abriu os olhos, vendo somente um roupão. Ele se sentou na cama, meio confuso. Onde estava Vicente? Olhando para si, ele percebeu que estava limpo. Ele não se lembrava de ter tomado banho depois de transar com o moreno. Na verdade, ele havia perdido sua consciência. Abaddon havia o fodido até ele desmaiar, assim como ele pediu.
Ele se levantou, vestindo-se com o roupão preto com plumas que estava na cama, caminhou até a janela e observou a paisagem nublada lá fora. Depois, saiu do quarto e deparou-se com um espelho no corredor. Fitou seu reflexo por um momento, normalmente não usava roupas escuras, mas teve que admitir para si que o roupão preto o proporcionou certa elegância. Por um instante, sentiu-se como um vilão de um dos muitos livros que costumava ler. Um sorriso divertido brotou em seus lábios diante da ideia, enquanto ele ria de sua própria tolice.
Saindo daquele pequeno corredor, Lorenzo se deparou com uma sacada que oferecia uma vista para a sala. Um pouco adiante, havia uma imensa escadaria que levava diretamente para a sala principal. Desceu as escadas e, ao olhar para o lado, viu a entrada da cozinha, juntamente com a silhueta de alguém que conhecia bem.
Assim que entrou na cozinha, suas narinas foram tomadas por um cheiro delicioso de ovos sendo fritos. Ele olhou para Vicente, que estava de costas enquanto manuseava a frigideira. — Não sabia que cozinhava.
O que comandava o fogão direcionou seu rosto para Lorenzo, este percebeu os olhos escuros recaindo sobre o roupão. — Sabia que esse roupão iria lhe cair bem. — Ele sorriu.
— Obrigado. — O cacheado desviou seu olhar, levemente envergonhado.
— Você gosta de ovos com bacon?
— Sim, eu gosto. — O Rossi caminhou até o balcão e se sentou no banco. Observando a decoração da casa de Vicente, percebeu que era um tanto fria e sem vida. Ele deu uma risada e Abaddon o olhou.
— Do que está rindo? — Vicente desligou o fogão, manuseando a frigideira até o balcão, onde colocou os ovos em um prato branco.
— Eu lembrei da noite passada. Um homem foi assassinado em frente à minha casa, você me trouxe para sua casa e a gente transou como se nada tivesse acontecido. — A risada de Lorenzo era divertida.
