12 . O que prenuncia o dilúvio.

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ㅡ As minhas damas vieram te avisar? ㅡ indagou preocupado, não imaginava que as pessoas soubessem do seu paradeiro. Depois da cena no baile, queria apenas se esconder por todo o dia.

ㅡ Não, mas elas estão aí na porta. De qualquer forma, não serão necessárias...ㅡ entregou o chá para o Jung, então continuou. ㅡ Eu cuidarei de você hoje.

O café seguiu sem muitas dificuldades, vez ou outra, Jungkook guiava uma fruta na direção dos lábios de Hoseok, e ria nasal ao que ele negava, repelindo o alimento com uma cara feia. Mas sorria e aceitava de bom grado quando os doces dispostos na bandeja, alcançavam sua boca. A explosão de sabores o deixavam animado, e JungKook secretamente, adorou o conhecer dessa forma.

JungKook estava sentado em um pequeno banco de madeira, este que estava lateralizado a enorme banheira; a água morna e os sais de banho disponibilizados ali, deixaram o momento mais relaxante; desejou fazer todo aquele ritual com suas próprias mãos, queria que quando Hoseok entrasse naquele cômodo, pudesse sentir o seu carinho inundando o ambiente.

Um pensamento um tanto quanto apaixonado, diria.

Em silêncio, o Jung atravessou o pequeno espaço sendo vigiado, seus movimentos preguiçosos não passavam despercebidos, nem mesmo o momento em que sua mente lhe lembrou que o general ainda estava ali. Num súbito de vergonha, interrompeu o ato de se despir, encarando o Jeon assustado.

ㅡ Aconteceu alguma coisa?

ㅡ Você...não vai sair? ㅡ virou o rosto para o lado oposto, escondendo sua face que esbanjava timidez.

ㅡ Se sentiria mais confortável assim? Por mim tudo bem. ㅡ levantou do banco que o acomodava, e segurou o rosto bonito entre as suas palmas, encarando os olhos amendoados com ternura. ㅡ Estarei lá fora, sim?

ㅡ Não! Não precisa ir...ㅡ sussurrou um pouco acanhado, totalmente diferente do rei imponente que conheciam, ali, com JungKook, era só o Hoseok. ㅡ Tô com vergonha. ㅡ declarou por fim.

ㅡ Tire a minha roupa, e eu farei o mesmo com a sua. ㅡ roçou o nariz na pele quente, sorrindo contra a derme. Totalmente rendido. ㅡ Me conheça e me deixe te conhecer, meu raio de sol.

Com cuidado, os dedos de Hoseok começaram a desbravar as peças pesadas que cobriam o Jeon, mostrava-se concentrado na sua missão de modo a sequer sentir a propria roupa abandonar seu corpo. Distribuía carinhos delicados, completamente devoto aos traços fortes que delineavam o corpo masculino.

Perfeito como um deus.

Lúcifer por sua vez admirava as curvas que enchiam-lhe os olhos, mirava até mesmo as pintas distribuídas pelo ombro nu, resvalando a ponta de seu indicador ali; gostaria de lembrar com detalhes da obra de arte em sua frente, odiava pensar dessa forma mas ali, na quietude da intimidade que compartilhavam, JungKook compreendeu que aquele humano, parte da criação, era sim a sua ruína.

Quando nenhum pano os escondia mais, Lúcifer entrou na banheira e com cuidado, auxiliou Hoseok a fazer o mesmo; sentando sobre a louça branca e sorrindo ao ter o Rei encostado sobre o seu peito, aconchegado no único lugar que ele sabia ser seguro para o Jung repousar.

ㅡ Não quero sair desse quarto...ㅡ confessou o Rei, que acariciava as mãos do comandante. ㅡ Tudo lá fora é tão incerto.

ㅡ Não vou te deixar sozinho, raio de sol.

ㅡ Não me chame assim, meu coração não aguenta! Dessa forma, vou acabar me entregando demais.

ㅡ Não minta pra mim, Majestade! Você já está entregue.

Salivou discretamente ao ter o Jung erguendo o corpo e dando a visão da cintura esguia, pele amorenada e o traseiro redondo e arrebitado; o diabo cogitou seriamente em se perder na estrutura deliciosamente irresistível, mas naquele momento, não precisavam de mais nada que não fosse o carinho compartilhado. Estar nu na frente do Jung, significava se despir de tudo o que o impedia de estar ali, expor as verdades que nem mesmo seu coração gostaria de admitir.

Estava caindo, mas dessa vez, por um humano. E diferente da liberdade que buscava ao se livrar dos céus, com Hoseok, ele almejava apenas se atar ao coração que - sem dúvidas alguma -, já lhe pertencia.

ㅡ E você, General? Está entregue a mim? ㅡ Agora com o rosto rente ao dele, pôde encarar os seus olhos, estes que transmitiam toda a ansiedade que sentia pela necessidade de resposta.

ㅡ Tem dúvidas, Hoseok? Acha mesmo que meu coração ainda não é teu? ㅡ uniu as testas, selando cuidadosamente os lábios que conhecia tão bem. ㅡ Estou gradativamente...ㅡ passou a sussurrar como um segredo, desejando que Deus não o escutasse. ㅡ...me apaixonando ainda mais por você.

ㅡ Você me desmonta! Isso não é justo.

ㅡ Então faça o mesmo comigo, dê ao meu coração um pouco de conforto! Diga que sente o mesmo.

ㅡ General, eu estou igualmente apaixonado por você.

Sob os olhos do Rei. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora