19° Capítulo ⚡

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- Rachel

Olhos verdes bem arregalados me encaram como uma presa fácil. Qualquer deslize nas minhas palavras pode ser um gatilho para ele, qualquer passo em falso será o suficiente para explodir com tudo.

Uma das coisas que detesto no Michael, é sua insistência das coisas. Ele dá-te tempo para contares por conta própria. Caso não tenha uma resposta, ele te encurrala, até não teres mais opções.

Com os braços e pernas cruzadas, com as veias do pescoço e braços bem visíveis, maxilar travado com a pressão dos dentes, Michael aguarda minha resposta impacientemente.

Em minha mente, passa-se várias desculpas para contar, de modo a não levantar suspeitas. Ou viverei um lindo inferno, pior que o filho da puta do homem misterioso.

- Dá cá a porra do telemóvel. - pego meu telemóvel da mão do Michael, assim que chego até ele feito o flash. - Para com essa mania de desconfiar de tudo porra. - minha mão dói, mais não solto o telemóvel e não demostro minha dor.

Encaro a tela do telemóvel, vendo que o número já desapareceu. Que merda.

Faço a única coisa que não passou pela minha mente.

- Seu pivete de merda, queres morrer por acaso? - digo ao levar o telemóvel no ouvido, fingindo que estou falando com alguém. - Quantas vezes preciso explicar que não gosto que uses o aparelho para modificar a voz quando ligas para mim?

Espero, fingindo que estou ouvindo algo vindo do outro lado da linha.

- Sabes muito bem que és substituível, posso fazer isso num piscar de olhos, homens com pau grandes e um corpo definido é que não falta, não se acha a última bolacha do pacote. Então, não testes a porra da minha paciência Luíz. - desligo o telemóvel, fazendo o mesmo cair no chão involuntariamente.

Caminho com passos rápidos e com uma cara trancada em direção ao Michael, ignorando a dor em minhas mãos, dou um pontapé por baixo das pernas do Michael, o mesmo cai no chão, segurando no seu amiguinho lá em baixo, gemendo baixo de dor.

Abaixo meu corpo, de forma que as nossas cabeças ficassem na mesma altura. Sinto sua raiva crescer a cada segundo. Mais não ligo para isso.

- Presta bem atenção, - digo em seu ouvido, com a voz amena. - se voltares a mexer no meu telemóvel e atender as chamadas que não te diz respeito, acredita que o teu pau não será o único a sofrer. - sorrio maléfica, assim que oiço o Michael engolir em seco. - Bom menino. - dou-lhe um beijo na bochecha, e a seguir no pescoço.

A porta do quarto é aberta, assim que me levanto, deixando o Michael ainda agachado. Minha mãe olha-nos atentamente, tentando analisar tudo, antes de partir para as perguntas.

- O que se passa aqui? - a mesma está com uma roupa simples e confortável. - Que clima é esse? - seus olhos verdes ficam na direção do Michael.

- Dou um pontapé em seu pé, dando sinal para ele levantar-se discretamente.

- Não se passa nada tia, só estava ajudando a Rachel, amarrando seus cadarços. - Michael levanta-se, forçando um sorriso.

Que grande burro de merda, deveria manter o bico fechado.

- Mãe estou com fome. - exclamo de modo a tirar seu foco dos meus pés. - O que é o jantar? - pergunto olhando feio para o Michael, que fica corado, ao perceber o tamanho da sua burrice.

Francesca está com uma expressão meio assustada. Porém, tenta manter sua postura de menina adorável e gentil.

- Vim cá, chamar-vos para comer. Francesca minha querida, irás jantar com a gente, não aceito um não como resposta. - minha mãe olha de uma forma doce para a Francesca.

Vínculos TraídosOnde histórias criam vida. Descubra agora