4° Capítulo⚡

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- Michael ⚡

Faz mais de meia hora que estamos na mesma ladainha... minha mãe não me solta do abraço, e minha tia não solta a Rachel. Estamos no aeroporto faz mais de uma hora, fizemos o check-in online, no entanto, só ficamos na fila para despachar as malas. Não são muitas malas. No total são quatro, duas malas grandes de porão e duas de mão e com as mochilas nas costas.

- Mãe já chega, não achas que estás exagerando? - Rachel diz entre os ombros da tia Christine, que chora pior que uma criança, minha mãe está na mesma situação. Sinto minha t-shirt branca molhada, aposto que deve estar suja de maquiagem. - Pai, tio, avó... o que estão esperando? Ajudem-nos. - Rachel se desespera, e sinto uma irritabilidade em sua voz.

- Mãe, nós não estamos indo para a guerra, estamos indo estudar, ir atrás de nossos sonhos, nós ficaremos bem, manteremos o contacto todos os dias, enviarei fotos todos os dias, eu prometo! Mas agora precisamos ir. - digo com uma voz suave, acariciando os cabelos da minha mãe, demostrando confiança.

- Já chega de tanto drama porra, soltem eles agora ou irei puxar vossos cabelos até ter eles todos em minhas mãos. - minha avó materna se manifestou. Em um segundo, nossas mães nos soltaram rápido pegando em seus cabelos, fazendo nossos pais rirem. - Óptimo meus netos favoritos, dão cá um abraço para irem logo. - a avó Madison ergue as mãos, corremos em seus braços, sendo aconchegados pelo seu corpo quente.

- Avó pela milésima vez, somos os únicos netos que tens! - todos riram em uníssono - Agora temos mesmo que ir, antes que fechem a entrada da triagem. Mãe e tia Jennifer, limpem esses rostos quando chegarem no carro, estão em um estado degradado. - meus pais riram novamente. Esses dois são uma comédia juntos, gostam de rir de tudo, principalmente se for sobre nossas mães.

- Pai, tio Bryan, cuidem bem dessas duas mulheres, estou confiando em vocês. E avós, fazem boa viagem de regresso ao México, qualquer coisa é só ligar, não importa a diferença horaria. - digo, pegando nossas malas de mão, dando um último adeus a todos e Rachel faz o mesmo.

Demos meia-volta, indo em direção a porta de entrada. De longe ouvimos os choros de nossas mães aumentando, mas não olhamos para trás, porque de certa forma, dói deixá-las, sei que a dor que elas sentem é muito pior como mãe.

Mas não têm com que se preocupar, ficaremos bem!

Viramos à direita, seguindo as setas até a triagem. Rachel não diz nada, foca-se nas setas tentando distrair a mente, fingindo indiferença em deixar a família, mas sei que está sofrendo por dentro. Ela é amante da dor psicológica.

Feito a triagem, demos algumas voltas, olhando o que tem de interessante nas lojas do aeroporto.

A Rachel fazia piadas quando via algo feio a venda por um preço alto. Discutiu com os funcionários por estarem vendendo itens quebrados ao mesmo preço...

Depois sobrava tudo para mim, mesmo dizendo que não conhecia essa maluca doida, não acreditavam em mim, quem iria acreditar? Nós somos parecidos pra caralho e a roupa dela está combinando com a minha.

A Rachel usa umas calças jeans pretas bem justa, uma t-shirt branca que está por baixo das calças, uma jaqueta preta de couro a condizer com as botas pretas em seus pés. Cabelo feito em um coque e uma maquiagem leve que mal se nota. Eu estou vestido igual, a única diferença é que minhas roupas são masculinas.

Puxo Rachel pegando em seus braços, a impedindo de entrar em outra loja. Sentamos em um café para comer algo antes do nosso embarque. Conversamos sobre coisas aleatórias, deixando o tempo passar.

***

Já dentro do avião!

Rachel acomoda-se no seu lugar, com raiva da tia Christine, por ter mudado nossos bilhetes do económico para executivo. Ela odeia quando estragam seus planos, eu também odeio, mas ela fica uma fera.

Vínculos TraídosOnde histórias criam vida. Descubra agora