O ACORDO

1.

10 anos depois....

Bogotá- Colômbia
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- Esta es la policía, detén el auto ahora.

Merda, merda, merda....

Que merda, minhas mãos já se encontravam com cãibra de tanta força que apertava o volante, meu pés afundados no acelerador, fazia o carro disparar em alta velocidade

Meu corpo era constantemente jogado para a direita e esquerda, enquanto fazia curvas fechadas com o carro.

Olhando sobre a única janela do carro, que estava aberta, pude ver apenas flash e vultos, devido a minha alta velocidade.

Carros buzinavam e freiavam bruscamente, quando eu os cortava, na faixa do meio. Porra, que se foda, tinha que ir mais rápido.

Três viaturas me perseguiam, após eu passar em alta velocidade em frente ao radar. Eles estavam colados na minha bunda, parecendo carrapatos.

Qual é, eu nem estava tão rápida assim, só estava correndo um pouco, me divertindo. Todos nós nos divertimos de alguma forma, e o jeito que encontrei de me divertir, é colocar minha vida em risco,sentir adrenalina.

E sinceramente, já não aguentava mais, tentar me divertir e sempre ter alguém pra me atrapalhar.

Que merda, eu precisava me livrar deles, imediatamente.

Senti meu corpo ser jogado para trás, quando aumentei mais a velocidade. Como um chute, meu corpo se grudou mais no banco, e meus cabelos voaram ainda mais.

Rapidamente passo minha mão direita pelo meu cabelo, que estava a atrapalhar minha visão.

Meu bebê, um supra mk4 branco, que comprei recentemente, era um carro foda pra caralho, e muito veloz também.

Ele era lindo e o único defeito dele era não passar despercebido pelas ruas. Bom, pra mim não era um defeito, mas em momentos como esse, talvez fosse.

No som, tocava uma música, qual só pela voz, eu conseguia identificar ser do Montellfish, e uma das minhas musicas favoritas por sinal.

Focada na direção, avisto uma ponte logo a frente, que era acompanhada de um cruzamento, arriscado mas, acho que ali, eu conseguiria me livrar desses policiais.

No painel de velocidade, o velocímetro marcava 125km/h e mesmo assim, não parecia o suficiente.

- Detén el auto ahora, última petición.

- Ultimo pedido, vai ter que pedir um pouco mais- debochando, eu rio e continuo mantendo meu foco na direção.

A cada momento me aproximava mais e mais da ponte, desviava dos carros, quase batendo na maioria deles.

Olhei pra trás novamente, e senti vontade de rir quando, uma das viaturas que me perseguia, por pouco não bateu em um muro de tijolos.
Iria ser bem feio.

Eu chutava que faltassem 1km até o cruzamento, ou seja um minuto. Eu tinha um minuto para cruzar a ponte e conseguir assim, despistar os policiais.

Minhas mãos suavam, e a ponta dos meus dedos estavam brancas, de tanta força que eu depositava ao apertar o volante. Já estava na metade da ponte, e um caminhão estava na minha frente, bloqueando a minha passagem.

Tentei corta-lo pela direita, mas dois carros bloqueavam a minha passagem e visão. A faixa da esquerda estava livre, mas ela era contramão. Merda, eu tenho que tentar.

Era naquele momento, a única coisa que vinha na minha cabeça.

Diminui um pouco a velocidade e esperei um tempo antes de entrar na faixa da esquerda e me manter ali durante um curto período de tempo. Mas foi uma questão de segundos para um carro começar a vir em minha direção.