Capítulo 1

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Sina

Semana iniciando, e com isso as aulas de etiqueta também. Tenho essas aulas três vezes na semana. Confesso que não acho necessário dar continuidade, já sei basicamente tudo: obedecer, agradar ao futuro marido, ser pontual, ter sabedoria, saber se vestir, se comportar como uma dama e assim vai.

Dando uma olhada no livro da Cecil B. Hartley "The Gentlemen's Book of Etiquette and Manual of Politeness", vejo a Senhora Diana se aproximando de onde eu tava.

— Bom, por hoje é só. — diz Diana pegando suas coisas que estavam na mesa. — Estarei aqui na quarta novamente.

— Deveria nem aparecer. — resmungo baixo.

— O que disse?

—Ah. — me levanto. — Eu disse que estou muito ansiosa para a nossa próxima aula.

Ajeito meu vestido antes de sair do Jardim, mas uma mão me impede de continuar com o ato. Diana segura meu pulso com força, tento me desfazer de seu toque, mas foi impossível.

— Pelo visto as minhas habilidades como professora não estão dando certo. — ela aperta ainda mais. — Terei que improvisar.

— A senhora tá me machucando.

— A intenção é essa, querida. Aprenda de uma vez, Srta. Deinert, que esse seu comportamento não vai levar-lá a lugar nenhum. Mantenha a postura de uma dama, de uma mulher. — ela me solta. — Estarei fazendo o relatório e encaminhar ao seu pai.

Diana sai da minha frente. Fico uns dois minutos parada no mesmo lugar. Massageio meu pulso, onde ficou a marca da sua mão nele. Logo vejo Rita vindo com uma bolsa de gelo pequena.

— Tome! Coloquei isso aí.

— Não é necessário. — me sento.

— Não teima, menina. Vamos, coloque isso, vai aliviar.

— Então prepare mais gelo, por que você já deve imaginar o que vai ocorrer mais tarde.

— Não devia pensar nisso, não vai acontecer nada.

— Eu queria muito acreditar em você, mas isso não passa de ilusão. Eu irei aí meu quarto, preciso de um banho.

Deixo a bolsa de gelo em cima da mesa, pego apenas o meu livro e saio do Jardim. Subo logo as escadas, mas sou puxada antes por uma mão grossa e forte. Devido ao puxão, acabo caindo no chão com tudo. Olho pra cima e vejo o meu pai, meu pai..

— Você não muda mesmo né? — ele me puxa pelos cabelos. — Estou sabendo que respondeu para a professora Diana. Até quando, Sina? Me diz, sua imbecil. — quando já ia responder, recebo um tapa forte em meu rosto, sinto o gosto do sangue em meus lábios. Meus olhos começam a ficar encharcados pelas lágrimas se formando.

— Eu não fiz nada demais. — digo após me levantar. — Eu não entendo o porquê dessas aulas, eu já sei de tudo que devo saber, não vejo necessidade para isso.

— Eu pago essas aulas, então é eu que digo quando está bom ou não. — ele se aproxima mais de mim. — Você só me dá trabalho, espero que hoje você se comporte.

Prometida ao Don da Máfia | NoartWhere stories live. Discover now