Sob os olhos do Rei.

9 . O torturador de Deus.

O chão perolado era maltratado pelas botas firmes dos chefes de cada pelotão do exército de Hoseok, que estavam aflitos pelo ocorrido, afinal, abrigavam princesas de reinos próximos e qualquer coisa que viesse a acontecer com elas, resultaria em guerra. E não desejavam isso. O governante encerrou o falatório ao dar início a reunião, mas novamente foi interrompido por uma agitação do lado de fora da sala.
Antes que pudesse perguntar o quê estava acontecendo, viu seus dois guardas caírem dentro da sala de joelhos, e a presença de JungKook ser percebida.

ㅡ Senhor, perdão! Tentamos impedir a entrada dele e...

ㅡ Demorou. ㅡ disse simplesmente, calando os guardas que notaram o erro cometido, então apenas se curvaram em desculpas ao general e tornaram aos seus postos.ㅡ Bom, vamos dar início. Alguém tem alguma ideia de como aconteceu?

ㅡ Majestade, eu avaliei o corpo e parecia destroçado. Como se animais tivessem feito todo o trabalho.

ㅡ Mas animais não saberiam pendurar um homem daquele porte, então tenho uma teoria.ㅡ disse um soldado, os cabelos eram longos, os olhos afiados e azuis. Um homem muito bonito, e irritantemente leal a coroa. Pensamento este que rondava a cabeça do demônio que mesmo sem querer, conseguia ouvir as intenções por trás de todas as mentes daquele lugar. Até as do Jung que em um momento de distração, deixou escapar um elogio - mental, e breve a respeito do cavaleiro.ㅡ Acho que após a morte dele, ladrões que rondam as florestas, o assaltaram e penduraram ele como um recado ao padre, não é a primeira vez que atentam contra a igreja.

Hoseok então tirou os olhos dos presentes e guiou sua atenção a Lúcifer, esperando que ele dissesse algo. Mas a única resposta que obteve foi a de um silêncio constragedor, junto a uma troca de olhares que dizia muito sobre a relação dos dois.

ㅡ Bom, precisamos de um plano, Majestade. A sua segurança e a das princesas é a nossa prioridade, senhorita Dawon já tem um guarda em seu encalço desde a descoberta do corpo.

ㅡ Certo, mas agora vamos dobrar as rondas, turnos trocados somente com vigilância e todas as princesas vigiadas durante todo o dia, não as deixem só e redobrem a segurança no entorno do castelo. Ninguém sai até que o assassino seja descoberto e...

ㅡ Foi o diabo! ㅡ a porta dourada novamente foi aberta, e por ela passou o padre. Os soldados que a protegiam, olharam derrotados na direção do Jung, pois falharam mais um vez.ㅡ O diabo está nos rondando, e se uma cruz estava na frente da igreja foi para mandar um recado! Blasfêmia contra Deus e a mim! Hoseok, precisa por guardas para me proteger, no mínimo três! Ande, faça o que eu mando, garoto! ㅡ O velho agarrava a bíblia contra o peito, e suava como um porco.

Jungkook que antes mostrava-se totalmente alheio as conversas, rapidamente ajeitou sua postura e saiu da janela, encarando com um ódio palpável para o padre que mesmo diante de olhares acusatórios, não abaixou a voz. Os presentes ali ja estavam acostumados com aquele comportamento do homem para com seu rei, pois na adolescência do menino, ele era medroso e franzino demais para não acatar. Por este motivo que pularam sobre seus pés ao que a voz do Jung soou por toda a sala.

ㅡ Silêncio, imundo! ㅡ levantou do trono pequeno disposto ali e bateu na mesa, a postura antes relaxada, mudou para tensa. E sua face despejava nojo.ㅡ Respeite o seu rei.

ㅡ Como ousa falar assim? Eu te criei, menino!

ㅡ Você me torturou! Não tente de forma alguma se achar digno do meu respeito Padre...ㅡ cuspiu ao falar sobre o cargo do velho.ㅡ só te mantenho nesta terra porque tenho pena de você, então nunca mais, escute bem. Nunca mais... ㅡ se aproximou do homem enquanto via ele se encolher diante da sua presença, Lúcifer ao longe, sorria sentindo o que seria um pingo de orgulho.ㅡ me desrespeite novamente. E vocês! Estão rebaixados, guardas de uma patente tão alta, deveriam ao menos saber conter um velho decrépito como ele. Reunião encerrada.