7 . O torneio.

Começar do início
                                    

Como prometido anteriormente, ele jogou para longe a sua espada, prendeu os fios parcialmente longos e assumiu uma postura mais séria. Na arquibancada, sentado sobre o coreto feito para os nobres, estava Hoseok que apreensivo, evitava olhar para o que acontecia lá embaixo.

ㅡ Não se preocupe, majestade. ㅡ começou Jimin. ㅡ O apelido que ele tem faz jus à sua reputação.

ㅡ E que apelido é esse?

ㅡ Empalador.

Não foram necessários muito tempo, logo já estava cercado. Todos os soldados ali pareciam predispostos a matá-lo, queriam provar ao seus egos que um único homem não seria capaz de vencer todos de uma vez. Mas estavam errados.

A primeira leva de ataques foi facilmente repelida, as espadas de longo alcance usadas pelos seus adversários não surtiam efeito, eram pesadas e deixavam os golpes lentos o suficiente para o Jeon quebrar a guarda deles e atingir um a um em seus pontos quase vitais. Usando apenas as mãos.

A segunda e a terceira experimentaram dos chutes precisos, e todos podiam jurar que conseguiam ouvir as caixas torácicas explodindo. A maioria já estava no chão.

Os demais que restaram não pareciam muito certos de o encarar, mas deveriam afinal suas honras estavam em jogo. E Jungkook que parecia muito inspirado para aquela luta, não fez desfeita quando os últimos oponentes entraram em seu campo de visão; e como esperado, não foi difícil acabar com eles, rodeado de corpos, Lúcifer só não aproveitou quando todos lhe ovacionaram pois no minuto seguinte, via Taehyung pousar a alguns metros dali. Seu sangue ferveu.

E com os sentidos totalmente desregulados pela presença do filho, Jungkook sentiu apenas quando uma espada perfurou o seu abdômen.

O Rei se levantou da cadeira aflito, e em sua garganta, um grito ficou preso. E a platéia se calou perante a cena que seguiu rápido. Jungkook tropeçou em seus próprios pés e encarou a lâmina no seu ventre, irritado, puxou a espada sem cerimônias e a enfiou no peito do seu adversário, erguendo minimamente o corpo dele do chão antes de jogá-lo como um saco de batatas.

Sem esperar que fosse consagrado o vencedor e com uma platéia ensadecida com a sua vitória, o diabo seguiu a passos firmes até seu filho.

ㅡ Senhor, antes que brigue com ele...
 
Purgare.ㅡ mirou Baal com seus olhos safira, e ao pronunciar em latim, fez com que o demônio fosse mandado rapidamente de volta ao inferno.ㅡ Você tem dez minutos pra' me explicar o que faz aqui. Antes que eu faça o mesmo a você, Taehyung. 
 
ㅡ Deixa que eu resolvo isso. ㅡ Jimin interveio, parando ao lado do irmão que sequer notava a sua presença. ㅡ Lúcifer, controle-se.
 
ㅡ Pai, não foi uma forma de afronto, mas eu precisava conhecer a terra! As pessoas, a criação que você tanto protege.
 
ㅡ Isso te coloca em perigo, Taehyung. Deus já deve saber da sua presença, se Miguel aparecer, todos aqui e você principalmente, estarão em perigo.
 
ㅡ Miguel te teme, irmão. Lembre disso! Agora vá para o castelo limpar esse sangue, cubra o lugar onde estava a ferida e ao menos finja ser um mortal.
 
ㅡ Não se preocupe comigo, mas resolva isso e certifique-se da segurança dele.
 

 
ㅡ Posso entrar? ㅡ ouviu a batida seguida da voz incerta, já sabia quem era.
 
ㅡ Aprendeu a pedir? ㅡ estava novamente com o tronco desnudo, mas diferente de antes, uma faixa com um curativo, rodeava a sua cintura.
 
ㅡ Vim me certificar de que estava bem. ㅡ Hoseok adentrou ao cômodo e fechou a porta, o olhar preocupado sobre o demônio não passava despercebido. E isso deixou Lúcifer curioso.
 
ㅡ Costuma se preocupar com todos os participantes ou só com os que você invade o quarto?
 
ㅡ Irritante. Estou aqui pra cuidar de você!
 
ㅡ Não existem médicos nesse castelo? ㅡ não pôde negar que estava se divertindo com cada careta irritada vinda do outro. ㅡ Não que eu esteja reclamando, não acho que nenhum seja tão bonito quanto você.
 
ㅡ Você é muito petulante, não acha? ㅡ sentou sobre a poltrona adjacente a cama e sorriu, se negando a estar ouvindo o que ouvia. Mesmo que internamente, gostasse de tamanha audácia. ㅡ Agora me diz, como se sente?
 
ㅡ Normal.ㅡ deu de ombros.
 
ㅡ O ferimento não dói? Ou não está fundo? Eu te vi sangrar!
 
ㅡ Não era o meu sangue, gracinha. E me responde, já avisou aos seus guardas que agora o seu tempo é comigo? Não quero ninguém atrapalhando a gente de novo.
 
ㅡ Olha...você é um sem vergonha! ㅡ acusou o Rei, que envergonhado, levantou da poltrona já prestes a ir embora dali. Mesmo que seus pés não estivessem muito dispostos a obedecê-lo. ㅡ Vou embora, pelo visto já está recuperado.
 
ㅡ Não seja por isso, deixa que eu abro pra você. ㅡ levantou da cama e atravessou o quarto, a destra pousou sobre a maçaneta mas não a abriu, afinal, não existia muita distância entre eles. Lúcifer não desviou o olhar dos olhos dele, analisava em sua alma qualquer resquício de Deus, mas só achou dor.
 
ㅡ O que tanto procura olhando dentro dos meus olhos? ㅡ por estar tempo demais preso naquela conversa não verbal, Hoseok decidiu quebrar o gelo. Mas não esperava as ações que sucederam sua fala. ㅡ O que tá fazendo?
 
A mão de Jungkook tocava seu rosto.
 
ㅡ Tentando conhecer você.
 
Pouco viu ao tocá-lo, apenas lapsos de uma infância perturbada e choros contidos, quando estava prestes a desbravar mais sobre quem ele era, ouviu a porta ser esmurrada por Leviatã. Que ao notar o Rei saindo a passos apressados dali, decidiu questionar seu irmão:
 
ㅡ O que aconteceu?
 
ㅡ Nada, me fale sobre Taehyung.

Sob os olhos do Rei. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora