Tem e Tankhun nunca se encontraram, mesmo que trabalhem para a indústria do entretenimento. Mas um dia, quando as coisas deram muito errado, eles correram para o mar.
Para a morte. Para a vida. Para o desconhecido. Não interessa. O mar cura o cor...
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A areia quente acolhe o corpo de Tem.
Disfarçar não é uma de suas habilidades. Fugiu porque foi preciso, mas não é sua atitude habitual. Em outras circunstâncias teria enfrentado e saído por cima. Agora é diferente. Encontrar o namorado com um estranho mexeu com sua estrutura. Como ele não percebeu nada antes? Como se permitiu ser enganado de forma tão tosca! O desespero é por sua ignorância. Em sua eterna busca por aceitação ele tem caído em armadilhas como a de agora. As decepções anteriores de veriam prepará-lo para aquilo e não cegá-lo.
O certo agora é desistir de tudo. Entregar-se. Lançar-se às águas do mar ainda é a melhor forma de libertar-se da dor.
O homem levanta-se da areia e pega o ramo de flores vermelhas olhando para as pedras. Seus olhos perdidos não transmitem mais nada. Só o vazio escorre de seu semblante cansado. Segue devagar, preso aos pensamentos que espocam como pequenos focos de luz. Os pés o levam para o mais alto e distante da dor e da desilusão.
Ao chegar ao cume das pedras, os únicos barulhos que ouve são os cantos das aves marinhas e das águas que batem nas pedras. Fortes. Invasivos. Proféticos. Convidativos.
Ele precisa desligar-se do homem que o feriu. Ele precisa aceitar que jamais será amado. Ele precisa abraçar a solidão. Enquanto a mente segue fervendo avisos, o homem se aproxima mais do precipício formado pelas pedras e arbustos da montanha. Abre os braços, ainda segurando as rosas que agora começam a murchar.
Um grito sai de seus lábios, fugindo da alma e quando ele olha para baixo, pronto para desfazer dos únicos elos que o une a Timtay, braços fortes o puxam para trás e os dois corpos caem entre as poucas ervas que cobrem as pedras.
Um gemido duplo e dolorido saem de ambos.
Tem sabe que é um estranho, mas tem a ilusão que momentos antes de ser agarrado, ouviu seu nome.
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