COLLIDE • yeonbin

「05」A Colisão

A luta acabou quando Yeonjun deu uma rasteira no primo, derrubando-o e apontando a espada para o pescoço alheio.

— Apelão do caralho — ofendeu, largando a espada ao continuar deitado, recuperando o fôlego.

Ele riu, fincando a espada no chão ao pousar uma das mãos na cintura, usando a outra para tirar o cabelo do rosto. O gesto era natural, mas extremamente desconcertante e Soobin sentiu dificuldade de se mover.

— Ah, oi — Asahi falou ao acenar em sua direção. — Minha rendição chegou.

Retribuiu ao sorrir de maneira tímida, aproximando-se do centro do campo em passos lentos, mantendo as mãos dentro do bolso. Yeonjun não falou absolutamente nada, apenas o observou.

— Não é que você realmente veio? — indagou em tom irônico.

— Falei que viria, não é?

— Os deuses que me perdoem, mas vou arregar — Asahi falou ao se levantar do chão, puxando a espada ao colocá-la no suporte que prendia nas costas. — Coma o cu dele por mim — pediu para Soobin.

— Os meninos estão na arquibancada — avisou ao apontar. — É melhor não ficar aqui embaixo — advertiu e ele apenas assentiu antes de sair.

Yeonjun ficou surpreso com o pedido e achou exagerado. Não conseguia enxergar como tudo sairia do controle. Sempre foi bom com seus poderes e sabia mantê-los dentro do limite.

— Acha isso realmente necessário? — indagou, descrente.

— Espero que não, mas tenho certeza que sim — falou, tirando as mãos do bolso para ajeitar os cabelos. — Escuta, isso não vai ser legal — avisou, observando-o secar uma garrafa d'água. — É o mesmo esquema que te falei no laboratório: se tudo sair do controle, vou te restringir. E vai doer.

Ao invés de ser levado a sério, escutou a risada debochada e quis dar um soco nele. O sorriso ladino conforme o observava de cima a baixo era tão irritante que, por um segundo, considerou mandar a aula para o inferno e ir embora depois de enterrá-lo sete palmos abaixo do chão.

— Aposto que vai adorar isso.

— Cala essa boca, seu idiota — mandou, respirando fundo. — Ok, foco. Vamos começar pelos feitiços quentes. São mais fáceis, mas também são os mais incontroláveis.

— Quer começar pelos mais perigosos?

— São mais fáceis de executar, não vamos fazer nada complicado — prometeu.

Em seguida, ergueu a mão à frente do corpo e, em questão de segundos, as chamas serpentearam entre os dedos longos até que uma pequena bola de lava se formou, flutuando alguns centímetros acima da palma.

A energia arroxeada envolvia o pulso pálido e ficou surpreso com o que via. Aquilo, definitivamente, o tirava do nível sete.

— Vamos começar por isso, mas precisamos manter tudo no controle. Vai ser divertido quando perceber que consegue controlar, porém, se tentar passar dos limites, vai queimar a arena inteira, entendeu? — indagou, recolhendo a mão e as chamas.

— Beleza — falou, respirando fundo. — Como faço isso?

Surpreendentemente, Soobin era um professor muito paciente. Explicava cada passo com suavidade e o auxiliava sempre que necessário. Era confortável, mesmo que estivesse estressado por não acertar o feitiço.

— Paciência — proferiu, apoiando a mão em seu ombro, afagando com calma. — Não vai funcionar se continuar assim. Respire fundo — pediu.

Yeonjun obedeceu, fechando os olhos ao respirar pausadamente. A destra que estava apoiada em seu ombro desceu vagarosamente até estar em seu torso, pressionando suavemente onde ficava a fonte de sua energia. O toque o arrepiou e franziu o cenho com a sensação. Não conseguia entender de onde vinha aquilo.