VI- O amigo de prisão

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    Naquela noite Arthur Mitra não conseguiu dormir, ficou rolando na dura cama daquela cela. Ele nunca tinha ido preso e isso lhe deixava um tanto com medo. O jovem já havia assistido alguns filmes em que o cara que era preso sofria muita violência na cadeia, mas Arthur tivera sorte. Arthur dividia a cela com outro homem mais velho que ele.

   __ E aí garotão? Não consegue dormir?.__ Falou o homem que estava na cama a sua frente.

   __ Não.__ Foi a única coisa que o jovem conseguiu dizer.

   __ Sei como é. Primeira vez que você está engaiolado.

    Arthur não respondeu, mas acenou com a cabeça para não deixar o homem no vácuo.

  __ Meu nome é Bruno ou Brunão.

  __ Arthur. Arthur Mitra, Senhor.__ Falou o garoto demonstrando medo em sua voz.

  __ Não precisa ficar com medo. Vamos deixar essa formalidade de lado tá bom? Eu não vou te fazer mal.

  __ Muito obrigado. __ Agradeceu Arthur.

   Bruno então levantou da sua cama e se dirigiu até onde o jovem estava e sentou-se ao seu lado.

  __ E então? Como veio parar aqui?

     Arthur contou toda a sua história ao homem desconhecido que ouvia educadamente  e depois de ouvir tudo, foi a vez deste contar a sua história para Arthur que por coincidência era quase igual a dele.
     Ele, assim como Arthur,  também se apaixonou por uma bela mulher, mas diferente da família rival da amada do jovem Arthur,  a família da sua amada apoiava os dois e eles eram felizes.
    Não casaram, mas foram viver juntos em uma casinha um tanto longe da cidade. Mas em um dia quando Bruno voltara do trabalho já bem de tardinha, ele encontrou sua esposa sentada no batente da porta chorando, ela estava com as mãos escondidas.
     Bruno perguntou o que teria acontecido para que ela estivesse chorando, e quando enfim ela mostrou-lhe as mãos, ele logo soube o que teria acontecido. As mãos dela meladas de sangue fez ele paralisar. Foi então quando ele entrou na casa viu um corpo no chão, Bruno não sabia o que fazer.
    Retirou o lençol que cobria o rosto do defunto e seus olhos não queriam acreditar, era mesmo Isaque Oliver, seu melhor amigo.
     Ela contou que ele queria estuprá-la e por isso ele teve que se defender. Mas Bruno sabia que era mentira, pois Isaque jamais faria isso, além dele ser um amor de pessoa também estava estudando para ser padre.
   Mas Bruno tinha que fazer alguma coisa e foi aí que aconteceu o imprevisto. Sua garota falou que ia se lavar no banheiro e ajudar ele com o corpo, mas ela já havia arquitetado seu plano maléfico. Com uma ligação anônima feita por esta mulher, a polícia chegou sem barulho pegando Bruno no fraga.
    O corpo de Isaque foi removido, mas a faca que poderia salvar este nunca foi encontrada, talvez a garota havia jogado bem longe.
    Sentado ao lado de Arthur, Bruno limpava as lágrimas lembrando aquele triste acontecimento.

   __ Posso te dar um abraço?.__ Arthur pediu. Sabia que era isso que aquele homem precisava neste momento.
 
  __ Pode sim. Obrigado. __ O homem agradeceu.

   Depois daquele abraço apertado, o homem voltou para a sua cama e falou em seguida:

  __ Mas eu soube que ela pagou por isso.

  __ Ela também foi presa?.__ Arthur perguntou.

  __ O irmão do Isaque é chefe de uma máfia,  ele executou ela a algumas semanas.

  __ Meu Deus!.__ Exclamou Arthur sem ação.

    Bruno deixou na cama e falou para Arthur em seguida:

  __ Provavelmente eu serei o próximo. Recebi um recado dele dizendo que só não me mata aqui porque está feliz que eu esteja preso, mas quando eu sair ele vai atrás de mim onde eu estiver.

   __ Você tem que ir pra muito longe cara.__ Arthur tentou ajudá-lo.

   __ Eu saio no final desse ano, até lá eu estou protegido aqui dentro.__ O homem falou tristemente.

   Arthur Mitra não sabia o que falar,  pediu apenas que ele tivesse muito cuidado. Bruno agradeceu o jovem e falou que já ia dormir, pois de fato estava mesmo muito tarde e depois de longas conversas, Arthur já havia confiado naquele homem e por isso dormiu também.
    Porém as três horas da manhã,  Brunão que não havia dormido nenhum pingo levantou de sua cama lentamente para não acordar o jovem. Pegou debaixo do seu colchão uma pequena faca dourada e se dirigiu até a cama onde Arthur dormia confortavelmente.
    Olhou para o jovem que dormia sem nenhuma preocupação e falou baixinho:

  __ Não. Eu não vou fazer isso.

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  Olá. Obrigado por ler este capítulo, muitas aventuras lhe aguarda pela a frente. Mais se você realmente gostou, peço por favor que possa curtir e comentar.

   

Arthur e SophiaWhere stories live. Discover now