Soomi não se sentia uma garota especial.
Se esforçava na escola para passar de ano, não tinha muitos amigos e tinha seus problemas em casa, mas tinha alguém que a achava especial e queria que ela se sentisse assim.
A garota se sente invisível até co...
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Jisung e eu continuamos a encenar a cena, nossas vozes ecoando pelo palco enquanto nos aproximávamos do momento crucial. A tensão no ar era palpável, e eu podia sentir os olhares expectantes da plateia sobre nós.
— Oh, se me amas, dilata os teus pensamentos, e não penses no fim, mas aceita o amor sem limites, enquanto te sentes amado. — Jisung recitava as palavras de Romeu, sua voz carregada de emoção.
— Se o teu afeto é sincero, confia em mim e eu serei fiel. — respondi, tentando transmitir a vulnerabilidade de Julieta em minhas palavras.
Nossos olhares se encontraram, cheios de promessas e desejos, enquanto nos aproximávamos para o tão aguardado momento do beijo. Eu podia sentir o coração batendo descontroladamente no peito, minha mente girando em um turbilhão de emoções conflitantes.
— Julieta, minha amada, este beijo é a prova do nosso amor eterno. — Jisung sussurrou, seus olhos fixos nos meus, cheios de intensidade.
— Romeu, meu querido, que este beijo una nossas almas para sempre. — respondi, tentando controlar o tremor em minha voz.
O momento estava chegando, cada segundo parecia durar uma eternidade. Eu sabia que tinha que seguir em frente, que era apenas uma encenação, mas o medo e a ansiedade me consumiam por dentro.
Mas quando chegou a hora, uma onda de pânico me atingiu em cheio. Meu corpo congelou e meu instinto foi de fugir. Sem pensar, virei as costas e saí correndo para o bastidor.
No banheiro, eu estava tentando reunir meus pensamentos enquanto encarava meu reflexo no espelho. Arim entrou rapidamente, sua expressão preocupada refletida no vidro.
— Soomi, o que aconteceu? Você está bem? — ela perguntou, colocando uma mão gentil em meu ombro.
— Eu... eu não sei. — minha voz saiu em um sussurro, embargada pelo pânico. — Eu não posso fazer isso, Arim. Eu não consigo.
Arim me olhou com compreensão, seus olhos transmitindo solidariedade e apoio.
— Você está se colocando muita pressão, Soo. É só um ensaio, não precisa ser perfeito. — ela tentou me acalmar.
— Mas e se eu estragar tudo? E se não conseguir fazer o beijo? — minha mente estava cheia de dúvidas e inseguranças.
Arim suspirou, sentando-se ao meu lado no banco do banheiro.
— Olha, todo mundo tá aprendendo aqui, não é? Ninguém espera que a gente seja perfeito. E, olha só, se não der certo, a gente tenta de novo até ficar bom. — ela disse, com um tom encorajador.
Encarei Arim, sentindo uma mistura de gratidão e alívio por tê-la ao meu lado.
— Obrigada, Arim. Eu precisava ouvir isso. — minha voz estava mais firme agora, impulsionada pelo apoio de minha amiga.
Ficamos ali por mais alguns minutos, compartilhando conversas tranquilas e palavras de encorajamento. Enquanto isso, eu tentava reunir a coragem necessária para enfrentar meus medos e voltar ao ensaio.
— Sabe, Soomi, se o beijo não for bom, é só beijar de novo. Prática leva à perfeição, certo? — Arim disse com um sorriso travesso, tentando trazer um pouco de humor à situação.
