Asylum (Takayama Riki)

Cicatriz Obsessiva

Mount Massive Asylum, 23h45

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ㅤㅤTaki estava sentado no banco do motorista encarando aquele prédio abandonado. Em suas mãos, estava uma carta que havia recebido dias atrás que informava o paradeiro de sua esposa. Checou várias vezes para ter certeza se era o lugar certo. Assim que teve a certeza que era o endereço descrito na carta, saiu de seu carro. Caminhou até a entrada em passos lentos e apreensivos, estava com medo de ser mais uma pegadinha feita por mais uma pessoa maldosa. Desde quando o desaparecimento de sua esposa foi anunciado, recebeu várias mensagens com informações falsas. Parou na escadaria e olhou para trás, havia carros parados; alguns estavam com as pinturas desgastadas e com os pneus vazios, logo Taki deduziu que havia anos que aquele lugar estava abandonado. Voltou a subir as escadas.

ㅤㅤSeu olhar poderia estar na entrada, mas a sua mente estava em Annie.

ㅤㅤDurante meses, fora em todos os lugares possíveis. Foi em hospitais e até no necrotério da cidade, mais nada de sua esposa. A polícia local interrogou todas as pessoas próximas de Annie, incluído o próprio Takayama, mas ainda não havia nenhum suspeito. De início, a polícia havia suspeitado que ela havia fugido, mas descartaram essa possibilidade logo após perceberem que não existia motivo para isso, baseado nos depoimentos de Taki e dos pais dela. Agora, a polícia suspeita de um susposto assassinato ou de um possível sequestro.

ㅤㅤAnnie havia saído para trabalhar no dia de seu desaparecimento. Trabalhava como secretária em uma empresa imobiliária no centro da cidade. No dia, o homem havia estranhado a demora de sua esposa e ligou para a empresa, onde foi informado que a sua esposa havia saído para uma reunião de negócios com o chefe e ainda não havia regressado. Chegou a ligar no celular da esposa, mas foi parar no correio de voz. Sentiu um medo percorrer pelo seu corpo. Decidiu comunicar a polícia para informar o seu desaparecimento. Enquanto dirigia de volta para casa, após denunciar o desaparecimento, Taki torcia para encontrar Annie em casa; mas se decepcionou quando viu a casa vazia.

ㅤㅤA polícia foi até a empresa e conversou com os funcionários. Checou as câmaras de segurança. Annie havia chegado na empresa às 8h15 da manhã, ficou vinte minutos na empresa e saiu por volta das 8h35, acompanhada pelo seu chefe. O seu chefe foi encontrado no dia seguinte, mas sem vida. Taki tem esperança de encontrar sua esposa com vida.

ㅤㅤAo abrir a porta, se deparou com uma cena horrenda. Corpos espalhados pelo chão. O cheiro de morte estava por todo o lugar. Decidiu ignorar aquilo, Annie foi quem o trouxe alí. Não pretendia desistir dela, nem que para isso precisasse ir até o fim do mundo. Queria encontrá-la e esperasse que fosse com vida.

ㅤㅤCaminhou por algumas horas, algumas partes era escuro, não havia nada para iluminar; não havia trazido uma lanterna e nem uma câmera. Estava com as mãos atadas, se morrer, não iria saber quem o matou. Foi então, que lembrou da lanterna do celular e usou para iluminar o caminho. Taki andou por aqueles corredores até se ver no lado de fora, estava no pátio. Foi em direção de uma grade e, em passos lentos, andou por entre aquele local escuro até escutar um barulho de fogo. Por um momento, achou que não estava sozinho naquele lugar e andou na direção de quem havia acendido aquela fogueira. Mas logo se deparou com algo assustador e seus olhos se arregalaram, uma sombra se movia de um lado para o outro enquanto fazia barulhos assustadores.

ㅤㅤUm medo percorreu pelo corpo de Takayama Riki, que no instinto de fugir do que seja lá o que fosse, acabou tropeçando e o barulho ecoou por entre aquelas paredes. Não demorou muito para que aquela criatura fosse atraída pelo barulho; tentou se levantar, pois notará que aquele som estava cada vez mais próximo e sentia que precisava sair dali antes que fosse tarde. Se arrastou, mas logo se levantou com o auxílio da parede. Havia um corredor que poderia ser sua salvação, mas para a sua aflição aumentar, a grade que dava acesso aquele corredor estava trancada; precisava de uma chave. Taki xingou em pensamento. Se afastou e se escondeu em uma sala escura e ficou imóvel até o perigo passar.