XIII - Guerra entre os céus e os mares

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(Capítulo não revisado. Escutem Skyfall na metade do capítulo, vocês não vão se arrepender.)

Era estranho para Peter se encontrar no mesmo lugar em que foi deixado no ano passado, com o seu coração exposto e frágil nas mãos de alguém que Peter precisava confiar que não iria quebrá-lo. Estar tão vulnerável a alguém, esperando ansiosamente que não fosse rejeitado de repente ou recebesse uma mensagem informando que seus sentimentos na verdade nunca foram reais, faz com que Peter se sentisse quebrado antes mesmo de precisar reunir os cacos de seu coração.

Ned já havia falado que era mais fácil Viper partir o próprio coração a fazer isso com Peter, mas era diferente, porque Ned não estava com eles o tempo todo para ver a atenção que todos ofereciam a Viper como se ele fosse a luz da manhã. Ele parecia radiante em todos os quesitos possíveis, com sua expressão calma e sorriso divertido que oferecia para cada brincadeira idiota, como uma criança descobrindo uma nova piada. Era fácil para Viper arranjar qualquer pessoa, porque ele era atraente e divertido e sabia disso. Essa era a diferença entre eles. Viper sempre foi confiante, ele sempre soube exatamente que conseguiria o que quisesse.

Peter tentou não olhar para trás, evitar procurar por Viper no meio das pessoas que seguiam para fora do salão e iam para o teatro porque havia um show muito divertido acontecendo. Ele meio que desejou que Viper o seguisse, mas era sonhar demais e Peter não queria olhar para trás somente para se decepcionar.

O teatro não estava tão abafado quanto o salão e a música não era alta, estava mais para uma melodia doce e suave que escapava das caixas de som enquanto os atores se espalharam pelo palco com roupas extravagantes e expressões dramáticas. As primeiras fileiras de poltronas vermelhas estavam ocupadas e lotadas, e Peter demorou para encontrar Natasha e Clint sentados em fileiras separadas.

Acompanhando o olhar deles, Peter encontrou dois homens sentados na primeira fileira. Era estranho, na verdade, havia uma tensão em seus ombros que fez a nuca de Peter formigar ao seu aproximar lentamente.

O chiado em seus ouvidos era baixo, quase esquecível, exceto que a cada passo que oferecia em direção a eles, o chiado se intensificava. Peter esperava por um ataque inesperado, que os homens se levantassem e atirassem, mas não aconteceu como Peter imaginou.

O primeiro tiro cortou a música com um som que fez todos se levantarem, olhando para os lados porque um som de um disparo era reconhecível. O segundo tiro atingiu alguém, o ombro de uma mulher. Foi o suficiente para o caos se estabelecer como fogo se alastrando por uma floresta, consumindo cada centímetro.

Natasha já se levantou, abrindo caminho entre as pessoas, que a empurram para frente em direção a saída, enquanto ela tentava seguir em frente, atrás dos homens. Clint se perdeu no meio das pessoas, Peter não consegue encontrá-lo.

Mais um tiro corta o ar, zumbindo através dos ouvidos de Peter, que desviou a tempo de vê-lo atravessar as costas da poltrona vermelha.

Peter olhou para cima, procurando pelo atirador.

- Eles estão fugindo. - Natasha avisou pelo comunicador. - Estão indo para o salão.

Peter correu antes que pudesse registrar os movimentos de suas pernas, sentindo-se ser empurrado pelas pessoas. Mais um tiro. O desespero envolveu cada um ali, os gritos quase fizeram Peter se encolher.

Quando Peter saiu do salão, o chão estremeceu abaixo de seus pés e as paredes tremerem com o impacto da primeira explosão. O navio balançou e de repente Peter ficou muito consciente da tempestade que perturbava o céu lá fora, com o mar agitado e violento.

Foi instintivo olhar para trás, Peter não havia pensado em fazer isso até já estar fazendo, procurando por alguém que nem esperava encontrar. Era estranho sentir isso, a necessidade profunda de procurar Viper mesmo que soubesse que não o encontraria.

A mentira está em meu sangue - Peter ParkerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora