X - Implorar

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(Capítulo não revisado. Não tive tempo de revisar, se houve algum erro de digitação, por favor, avisem nos comentários)

Pior do que xingamentos e raiva, era o silêncio.

A ausência de brincadeiras e provocações, cumprimentos educados no corredor quando acabavam se encontrando sem querer - era mentira, Peter ficava subindo e descendo as escadas, torcendo para que quando subisse acabasse trombando com Viper. Ele não contava que receberia um tratamento tão vazio, frio até, o que machucava mais do que se Viper tivesse gritado com ele.

Peter sabia que merecia isso, Ned deixou claro que Viper estava certo em ficar com raiva de Peter. Quando contou para May, porque passou uma semana e Peter começava a suspeitar que iria enlouquecer se continuasse recebendo tratamento de silêncio, ela disse que Viper tinha o total direito de estar chateado. Ele confiou em Peter - Peter não contou o segredo a May, só disse que era uma coisa importante - e Peter não soube guardar o segredo.

No fundo, ele sabia que Need e May estavam tentando ajudá-lo, mas ele não precisava que eles dissessem o óbvio. Ele já sabia que Viper estava com raiva dele desde que ele saiu de seu quarto. O que ele precisava era um conselho do que fazer para Viper parar de ignorá-lo toda vez que se encontravam no corredor.

- Peter. - May o chamou pelo que aparentava ser a terceira vez se levasse considerando seu tom de voz.

Peter desviou os olhos do livro do colégio e olhou para May, encontrando ela com um olhar preocupado.

Saber que ele merecia cada segundo de silêncio não deixava Peter melhor, porque ele nem sabia exatamente o que perdeu. Se ele dissesse que perdeu um amigo, Need definitivamente jogaria um livro nele e Peter nem se esforçaria para desviar. Se dissesse que era... Céus, ele queria admitir isso sem parecer um grande idiota. Jean avisou a ele no entanto que Viper pegaria o que queria e depois iria desaparecer. Peter se perguntava se isso realmente aconteceria. O pensamento causava uma dor incômoda em seu peito.

- Hum? - Peter murmurou, apoiando o queixo na mão antes de cair com a atenção vaga para o livro.

Se May perguntasse o que ele estudava, Peter não saberia responder.

- Peter. - May suspirou, cansada de ver seu sobrinho arrastando-se pelo apartamento desde que Viper começou a ignorá-lo. - Você deveria ir ao apartamento dele e conversar com ele. Você já pediu desculpas?

- Eu já fiz de tudo, May. Eu até tentei levar comida para ele para que não precisasse comer a comida queimada que seus amigos cozinhavam, mas ele somente olhou na minha cara e agradeceu.

- Oh, isso foi gentil. É um começo.

- Não, não é! Viper nem sorriu. - Peter levantou, incapaz de continuar sentado ao se lembrar do olhar vazio de Viper. - Viper sempre sorri. Ele nunca negou comida desde que nos conhecemos. O que mais eu preciso fazer? Implorar?

May respondeu alguma coisa, tentando ser sensata quando Peter estava surtando por absolutamente qualquer interação pequena e pouco direta que tinha com Viper. Provavelmente ela tinha algum conselho, uma ideia melhor do que a de Peter.

Implorar.

Talvez fosse isso que Peter precisasse fazer para Viper perdoá-lo ou ele estragaria tudo de tudo, então Need ouviria as lamentações de Peter por semanas.

- Eu preciso ir, May. - Peter avisou, correndo em direção a porta. Ele não se lembrava da última vez que esteve tão desesperado por algo. Ou alguém. Ou qualquer coisa que viesse de alguém. - Vejo você mais tarde!

Peter saiu do apartamento e cruzou o corredor, ignorando os pensamentos que cercavam a sua mente o lembrando que se Viper continuasse a ignorá-lo, ele tinha razão por fazer isso. Ele confiou seu segredo a Peter, o segredo mais importante da sua vida, e Peter não hesitou em contar para Tony. O fato de Viper não ter contado a ninguém que Peter era o Homem Aranha, nem mesmo a Pierre que era seu melhor amigo, fazia Peter se sentir pior do que já estava.

A mentira está em meu sangue - Peter ParkerWhere stories live. Discover now