Nunca seria tão boa quanto Andressa.

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A casa da Andressa era moderna e muito bem decorada. O chão era de madeira e brilhava, as paredes personalizadas com pedras fazia uma certa harmonia com as samambaias e as demais flores que ali se encontravam. Eram muitas. Logo pensei no quanto sua mãe era amante de flor.

— Quantos dias ela tem? — perguntei olhando a bebê.

Na sala, sentada no sofá, uma mulher morena de cabelos longos, Andressa parecia muito a mulher. Nova. Segurava um bebê.

— Tem trezentos e setenta dias, seu nome é Elisa. Minha irmãzinha caçula — Andressa respondeu.

Sorri. Eu tenho um amor grande por crianças. Eu gostava da inocência, da paz que me traziam.

— Boa noite, novo amigo da Dedê. Fique a vontade — me recebeu a mulher, falou baixo para não acordar a Elisa, mas foi audível.

— Obrigado.

— Mãe, esse é o Moisés. Moisés, esta é minha mãe, Bárbara — Andressa nos apresentou.

Sorri.

Logo um garoto de menos de um metrô e quarenta entrou na sala correndo com um helicóptero na mão fazendo o barulho do mesmo. Bárbara o cortou imediatamente, pedindo silêncio pela bebê.

— Meu irmão. Leandro. Cinco anos — riu.

— Legal.

Eu gostava de estar conhecendo a família de Andressa. Eu gostava dessa intimidade que ela e eu estávamos construindo.

— Mãe, vamos assistir filme —avisou Andressa.

— Okay, só não façam barulho, por favor — suspirou cansada.

Andressa pegou no meu braço e me puxou para as escadas e a Juliana veio atrás. Entramos em seu quarto, Dani já estava lá, mexendo no celular com sorriso no rosto. Decerto era uma conversa com o namorado.

O quarto de Andressa era uma bagunça, só não pior que o meu. Eu imaginava um quarto totalmente arrumado. Mas, me enganei. Várias revistas jogadas no chão, roupas por todo lado que se possa imaginar e um violão preto fosco. Me perguntei se ela sabia tocar.

— Não repara na bagunça, Sés —disse Andressa recolhendo as roupas.

— Impossível não reparar! — brincou Dani tirando os olhos do celular pela primeira vez.

Andressa fechou a cara.

— O que iremos assistir? — perguntou Juliana.

— Terror? Pode ser? — perguntou Andressa um tanto eufórica.

— Qualquer coisa vai — Dani deu de ombros.

— Pode ser, Sés? — perguntou Andressa.

— Sim, claro.

Eu me sentei no colchão encostado na parede. Juliana e Dani compartilharam da cama de casal da Andressa. Andressa deitou no colchão colocando a cabeça em meu colo. Fiquei desconfortável se uma possível excitação minha acontecesse, mas no meio do filme para o final eu já estava até a fazer cafuné nos cabelos sedoso de Andressa.

Depois que o filme chegou ao fim, Bárbara fez um lanche para nós. Seu semblante de cansada tinha desaparecido um pouco.

— A comida esta um delícia, tia Bárbara, mas agora tenho que ir embora.

— Já, querida? — perguntou Bárbara.

— É, meu boyfriend veio me buscar.

Andressa revirou os olhos. Já estava bem nítido para mim que Andressa não gostava nadinha do namorado de Dani.

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