Não sou covarde

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- Sés, essa é a Dani! - disse Andressa apontando para a loira.

- Oi, Moisés! - disse sorridente e depois me deu um abraço.

- Oi, Danieli - digo abraçando ela.

- Só Dani.

Confesso que eu estou envergonhado, mas será esse o gosto da felicidade? Primeira vez que a primeira coisa que me aconteceu na escola não foi ser agredido, estou aqui, com talvez minhas amigas. Mesmo que agora eu esteja me sentindo meio deslocado, isso é melhor do que qualquer coisa que já me acontecera na escola. Quero continuar vivendo isso.

- Ju, venha aqui - disse Danieli me tirando de transe.

Olhei para onde a Danieli e a Andressa olhava e abri um sorriso para mim mesmo quando vi os cabelos vermelhos ao vento e um sorriso exorbitante. A Danieli correu até ela e a abraçou. Elas são estranhamente incríveis.

- Essa é a coisinha sensível, mais conhecida como Juliana - disse Andressa apresentando Juliana para mim.

Juliana combinava com ela. É um nome doce.

- Ju, o Moisés é o mais novo membro que entrou em Meu mundo - Andressa apontou para mim.

Meu mundo?

- Oi, Moisés - Juliana sorriu para mim.

- Oi, Juliana.

- Eu vou com o meu namorado agora, senão ele vai pensar que eu vou trair ele com o Sés! - Dani riu do que disse.

- Okay, vai lá - disse Andressa. - Vamos assistir filme em casa hoje? Nós precisamos conhecer o Sés, e o Sés precisa nos conhecer.

- Claro - confirmou Juliana.

- Você iria, Sés? - perguntou Andressa.

Fiz que sim com a cabeça e a Andressa comemorou. Estou meio acanhado, acho que isso já esta nítido.

- Vou falar com a Dani! - Andressa saiu em direção da Danieli.

Fiquei olhando a Juliana que esta a encarar o chão.

- Então, Juliana é o nome do meu anjo - digo.

Ela levanta a cabeça já com as bochechas vermelhas.

- Sim.

Sorri e ela também. Ela colocou seu dedo indicador no seu óculos de grau e levantou ele. Isso foi fofo.

- Você pode ir comigo para a casa da Andressa. Creio que moramos no mesmo bairro. 

- É uma boa ideia. Até porque não sei onde ela mora - confirmei.

- Passo em frente da sua casa, então.

- Que horas?

- Pode ser as sete?

- Sim.

Ela desceu seus olhos para meu braço e ficou com um semblante de assustada quando viu os cortes. Ela voltou a me olhar.

- É... Por que?... Não, deixa quieto - disse toda embaraçada.

- Pode falar - eu não queria ter dito isso. Sei do que ela esta falando e eu não queria falar sobre.

- Por que? Por que dos cortes? Creio que isso não vai melhorar nada.

- É uma alívio. Mas esses não foi eu quem fez.

Ela me olhou assustada.

- Como se alivia de algo com uma dor maior ainda? - suas perguntas eram de matar.

MoisésOnde as histórias ganham vida. Descobre agora