14. CONHECI O FAMOSO TRIO TERNURA

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Quando o Grover disse que nós tínhamos que fingir que estudamos aqui, eu não achei que era literalmente. Passei quase a semana inteira estudando igual uma condenada, não tinha nem como fingir que o ônibus atrasou ou que tinha trânsito, já que a escola tem dormitório. Em menos de uma semana eu virei representante de turma, dei aula de geografia para a professora de geografia (sim, ela não explicava para os alunos que América é um continente e não um país), causei um caos na aula de educação física, quase explodi a sala de química, dormi todas as aulas de matemática e causei uma rebelião na cantina, motivo? Falta de comida decente.

Estávamos eu, Bianca, Clarisse e Grover na aula de artes, que era a última matéria do dia. A Sra.Gomez não vai muito com a minha cara, e o sentimento é recíproco. Essa bruxa mal amada só deixa ir no banheiro se fizer a porra de um desenho, ainda vou desenhar essa corna caindo de um penhasco. Confesso que às vezes eu tenho um pouco de dó dela,ela não tem nenhuma moral com a turma, todas as aulas dela são uma bagunça, e eu sou a única que consigo botar moral nessa cambada de jovens.

— Sra.Gomez, eu posso ir no banheiro? — me aproximo da sua mesa

— você fez um desenho? — ela me olha como desdém

— aqui está — na folha havia uma boneca de palito pedindo para ir ao banheiro para uma galinha, que estava sentada na cadeira da professora (adivinha quem era?!). — preciso explicar o desenho?

— não precisa — ela revira os olhos e faz um sinal para que eu vá logo no banheiro

Obviamente eu dei uma voltinha pela escola antes de ir no banheiro, só para ver como está as coisas. Chego no segundo andar do colégio, pois a água do andar é a mais gelada. Assim que encho a minha garrafa, ouço uma voz na sala do diretor. Como eu sou bastante fofoqueira, saio de perto do bebedouro e encosto o meu ouvido na porta.

— acho que já encontrei as crianças — a voz diz, provavelmente estava falando no telefone

— traga eles para cá, o deus do tempo vai precisar deles — uma outra voz diz do outro lado da linha

— levarei eles no final da semana — do nada chega um grupinho de alunos e começam a fazer algazarra do lado de fora da sala, fazendo a voz de dentro se calar por uns segundos — depois eu mando notícias

— ai caralho —volto correndo para o bebedouro, para fingir que eu não estava ouvindo nada

— senhorita Reis, o que está fazendo aqui nesse horário? — dr Espinheiro diz arqueando as sobrancelhas

— eu estou bebendo água — digo tentando manter a calma — lá em cima a água é muito quente e está muito calor

— ah sim, entendo... — eu estava saindo quando ele chama a minha atenção novamente — senhorita Reis

— sim, senhor? — digo me ansiosa

— avise aos seus colegas de classe que no final da semana terá um baile

— só isso? — ele acena com a cabeça — então tá

Corro escadas acima para voltar ao quarto andar, onde era a aula de artes. Ao chegar no andar, uso a minha super velocidade para chegar na sala(nunca fui triste por ser filha do cara  do Sedex). Abro a porta da sala e vejo um ambiente caótico, um grupo tacando bolas de papel, Clarisse fazendo queda de braço com os garotos,as meninas gritando igual umas gralhas, a professora gritando por silêncio, Grover olhando assustado para o pessoal e Bianca quietinha no seu canto fazendo o trabalho.

— rapaziada, sentem rapidão para que eu consiga contar um negócio sério — todos se sentam e olhando para mim — tenho uma notícia bombástica: no final da semana tem baile

HERMES DAUGTHER ||Clarisse La RueNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ